Ainda sabemos flertar? Os desafios do amor na era digital

O avanço dos encontros virtuais redefine o jogo da : entre a praticidade das telas, a ansiedade no presencial e os riscos do ambiente digital, especialistas avaliam o impacto dos aplicativos no amor e no ego


Antes, o flerte dependia de olhares demorados, sorrisos no bar ou bilhetes discretos. Hoje, a curtida em uma foto ou um emoji enviado por direct pode carregar a mesma intenção. O ritual milenar da conquista não desapareceu, mas mudou de palco — e agora desperta dúvidas: será que ainda sabemos flertar fora das telas?

Para a psicóloga clínica e neuropsicóloga Juliana Gebrim, o ambiente digital amplia possibilidades, mas também cria armadilhas emocionais. "Quando o flerte é mais virtual do que presencial, a imaginação ganha muito espaço. Isso pode ser positivo, gerando expectativa e curiosidade, mas também pode criar ilusões, já que, no on-line mostramos só o que queremos. Isso pode gerar frustração quando a interação vai para a vida real", explica.

A neuropsicóloga ressalta que relações que ficam restritas às telas podem até ser intensas, mas tendem a ser frágeis por falta de elementos como toque, olhar e convivência física.

Validação, ego e busca por conexão

A também psicóloga clínica Renata Santana, professora da UECE, lembra que o flerte on-line pode funcionar como porta para novas conexões, mas alerta que, muitas vezes, é usado apenas como combustível para a vaidade: "Há quem busque conexão genuína, mas muitos utilizam o flerte virtual como validação para se sentir desejado e reconhecido". O risco é que esse hábito se torne compulsivo, fazendo com que a pessoa colecione contatos e conversas, mas nunca avance para uma relação consistente.

Dados recentes da empresa Sensor Tower apontam que os usuários ativos mensais do Tinder no Brasil caíram cerca 8% no terceiro trimestre de 2024 — números acumulados até o início de setembro — examinando a comparação anual; já no Bumble, subiram 24% no mesmo período, mas sob uma base de usuários 10 vezes menor.

Os downloads do Tinder caíram de 7 milhões para 4 milhões entre 2022 e 2024, queda de 42%; no mesmo intervalo, o Bumble chegou a 4 milhões em 2023, mas voltou aos 2 milhões neste ano. Porém com o Grindr, as ações aumentaram em 56% em 2024, uma disparada valorização comparada aos concorrentes. Mostrando a diversidade da procura em diferentes públicos.

Estilos de flerte diferentes

Renata Santana também observa diferenças claras na forma como gerações distintas lidam com a paquera virtual. "A forma de comunicação entre as pessoas mais jovens e as mais velhas é diferente, bem como a maneira de flertar. Mas a necessidade de envolvimento afetivo faz parte de qualquer geração", explica.

A psicóloga lembra que os mais jovens já desenvolveram até um vocabulário próprio para nomear situações comuns, e muitas vezes problemáticas, que surgem nos aplicativos. Para ela, os jovens, por estarem mais conectados, tendem a reconhecer melhor esses padrões. Já os mais velhos, muitas vezes, ainda não têm familiaridade com esses termos, o que os torna mais vulneráveis.

A experiência da geração millenium

Entre jovens adultos, o uso dos apps se mistura à rotina. Renato Monteiro* (nome fictício), cineasta de 26 anos, relata que prefere o contato presencial, mas reconhece a praticidade do digital. "Presencial é muito mais fácil para mim, mas não dá para negar que o on-line é prático, principalmente pela rotina. Deixo sempre o Tinder instalado. Para cada 10 matches, um ou dois viram encontro. Muitas vezes fica só no papo, que cansa rápido."

Ele conta que já participou até de um "double date" organizado pelo aplicativo, mas nunca manteve um relacionamento sério por lá. "No fundo, eu sempre preferi trocar ideia cara a cara. O on-line, para mim, é mais um complemento."

    O jovem lembra que baixou o Tinder pela primeira vez aos 18 anos, quando ainda havia certa expectativa de relacionamentos mais duradouros. "A impressão que tenho é que hoje o aplicativo virou muito mais um espaço para pegação. Antes, ainda tinha um clima de 'site de namoro', mas isso mudou bastante."

    Mesmo com o uso frequente, Renato garante que suas experiências de relacionamento mais duradouras vieram de encontros presenciais: "Nunca tive algo sério vindo de apps. Meus relacionamentos sempre surgiram do trabalho, da faculdade, de amigos em comum." Apesar disso, ele não vê o flerte digital como perda de tempo. "É uma dinâmica que já faz parte. Mas eu tento equilibrar, sair sem celular de vez em quando, respirar. Se não, a gente acaba refém das telas."

    A ansiedade diante do encontro real

    Esse padrão descrito por Renato encontra eco nas falas dos especialistas. Segundo Juliana Gebrim, a facilidade de iniciar conversas pela tela pode diminuir a desenvoltura presencial. "Muita gente se sente mais segura digitando do que falando frente a frente, e isso pode aumentar a ansiedade na hora do encontro real."

    Renata Santana reforça que essa insegurança é cada vez mais comum. A geração mais jovem, exposta a filtros, padrões irreais de beleza e competição por curtidas, muitas vezes, chega ao presencial com medo de não corresponder à imagem criada on-line. "O uso excessivo das redes diminui a habilidade social genuína. Muitos chegam ao encontro ao vivo sem saber como se portar, inseguros diante de gestos, olhares e até do silêncio."

    Quando o on-line passa do limite

    As especialistas alertam que há sinais claros de que o uso dos apps pode estar se tornando prejudicial: irritação por falta de respostas rápidas, comparações excessivas com outros perfis, substituição da vida social presencial e até insônia. "A busca constante por validação vira fonte de autoestima, o que é perigoso, porque coloca a confiança pessoal nas mãos de desconhecidos", ressalta Juliana.

    Renata complementa: "O uso de aplicativos e redes sociais para a paquera pode se tornar emocionalmente prejudicial quando começa a afetar a autoestima, gerar frustração e até isolar a pessoa. É preciso estar atento quando o on-line começa a substituir o real".

    "Roubadas" nas redes

    • Catfishing: criação de perfis falsos para enganar vítimas, com fins emocionais ou financeiros.

    • Ghosting: desaparecimento repentino sem explicações, seguido de bloqueio.

    • Orbiting: quando a pessoa não dá continuidade ao contato, mas continua interagindo nas redes da vítima.

    • Breadcrumbing: envio de pequenas “migalhas” de atenção para manter alguém interessado, sem avançar para algo sério.

      • Rizz: habilidade de conquistar pelo charme e boa conversa, que pode ser usada de forma manipulativa.

      • Love bombing: excesso de elogios e atenção logo no início para criar dependência emocional, antes de revelar comportamentos abusivos.

      • (Com informações do Correio Braziliense)

      • #Artigo_semanal_em_01_09_2025
        A MAIORIA DAS PESSOAS CRÍTICA E REIVINDICA MUITO O GESTOR MUNICIPAL DE MARACANAÚ, DESABAFANDO NA PUBLICAÇÃO, EM REDE SOCIAL, QUE O GESTOR SE PRONUNCIOU SOBRE A OBRA PARADA NA AVENIDA QUE TEM O NOME DO SEU AVÔ; POPULAÇÃO MOSTRA QUE NÃO ACREDITA MAIS NA ATUAL GESTÃO MUNICIPAL, NEM MESMO QUANDO O PODER EXECUTIVO VEM A PÚBLICO
      • A população em algum momento vai falar muito do que não está gostando em uma gestão municipal. Geralmente ela não peca por omissão. No sentido de cobrar de quem a população conduziu ao poder público. Quando o gestor enganou os cidadãos. A cumprir muito pouco do que foi proposto na hora de solicitar apoio político a todos. A população quando cansa, não para de colocar a boca no trombone. Pois, ninguém gosta de ser enganado/a. É um absurdo numa cidade que tem uma imensa arrecadação, a maioria das ruas não terem as devidas condições de mobilidade urbana. Porque asfalto não presta, serviço das construtoras pior. Há duas décadas termina ano e inicia ano e isso não muda, na gestão do mesmo grupo político que mesmo não tendo mais o que dar, ainda está comandando a cidade. Impressionante que não tem uma obra na via pública, em Maracanaú, que não tenha motivos para criticar. É como se quem está no poder não sabe gerir uma cidade. Dessa forma, tem-se uma geração perdida em Maracanaú. Que perderam as duas primeiras décadas deste século, numa cidade que dava para ser referência nacional. No tocante ao desenvolvimento em todas as áreas da gestão pública. Pois tem Polo Industrial, se faz uma grande gestão atrairia investidores e parceiros de tudo que era canto. Só que a cidade deixou de se desenvolver, como deveria, de 2005 para cá. Com tanto desperdício de recurso público com coisas que não são as maiores necessidades dos maracanauenses. Com isso, Maracanaú até parece que não é uma cidade que tem um PIB de mais de 12 Bilhões, de acordo com o Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará. QUANDO VAMOS TER UMA GESTÃO CONDIZENTE COM ESSA GRANA TODA? MOVIMENTO ELEITOR PARTICIPATIVO (EL-PARTICIPO) traz Um Novo Olhar para Maracanaú, EMPODERANDO quem contratou, no pleito eleitoral, funcionários políticos. 

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