Os ftalatos são substâncias químicas usadas para deixar alguns materiais mais flexíveis e duráveis. Na indústria de cosméticos, eles ajudam a fixar perfumes, dar brilho aos esmaltes, deixar produtos como cremes mais consistentes e manter a pele e o cabelo macios.
O problema é que, ao usar produtos como hidratantes, esmaltes e xampus, os ftalatos podem ser absorvidos pelo contato com a pele. Além disso, quando aplicados em sprays, como desodorantes e perfumes, eles também podem ser inalados e chegar aos pulmões.
Além disso, identificar esses compostos nos rótulos dos produtos pode ser difícil, pois nem sempre eles aparecem com seu nome original. Muitas vezes, estão listados como "phthalates" (em inglês) ou com siglas como DBP (dibutylphthalate), DMP (dimethylphthalate) e DEP (diethylphthalate). Em português, podem aparecer com nomes como butila, benzila, dibutila, diciclohexila, dietila, diisodecila, di-2-etilexila e dioctila.
De infertilidade a doenças cardíacas
Os ftalatos são substâncias químicas que têm o poder de "bagunçar" o equilíbrio dos hormônios no corpo. Ao aumentar, diminuir ou até bloquear a ação hormonal, eles interferem no funcionamento natural do organismo; por isso, são chamados de interferentes ou desreguladores endócrinos.
Sua influência no corpo pode enfraquecer o sistema imunológico e até alterar a forma como o organismo lida com o estresse, por exemplo. Algumas pesquisas também já associaram a exposição a essas substâncias a problemas como obesidade, pressão alta, colesterol desregulado e resistência à insulina, aumentando o risco de doenças do coração.
Sabe-se que esses compostos também alteram principalmente as funções dos hormônios sexuais, como a testosterona e o estrógeno, podendo causar problemas como infertilidade, câncer nos testículos e no útero, além de malformações nos órgãos reprodutivos.
Mauricio Yonamine, farmacêutico, mestre e doutor em Toxicologia e professor da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP (Universidade de São Paulo).
Essas substâncias também podem afetar a liberação de hormônios importantes para a função sexual, como o GnRH e as gonadotrofinas, além de danificar os receptores hormonais e diminuir sua produção.
"Além disso, os ftalatos têm sido relacionados a problemas na saúde reprodutiva feminina, incluindo alterações na sinalização hormonal e estresse oxidativo", complementa Eveline Gadelha Pereira Fontenele, endocrinologista do Hospital Universitário Walter Cantídio, da Universidade Federal do Ceará, e Membro da Comissão de Endocrinologia Ambiental da Sbem (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia).
De acordo com a dermatologista Lígia Piccinini, assessora do Departamento de Cosmiatria da SBD (Sociedade Brasileira de Dermatologia), os ftalatos também podem causar problemas na pele. Os efeitos mais comuns são as dermatites de contato, que causam irritação cutânea e geralmente aparecem alguns dias depois de usar o cosmético. Em casos de exposição contínua, o corpo pode desenvolver alergias, criando anticorpos contra o produto.
"Há evidências de que a exposição prolongada aos ftalatos pode afetar a barreira cutânea. Esses compostos, utilizados como espessantes em plásticos, não fazem parte da composição natural da pele, o que pode resultar em danos a longo prazo à integridade e funcionalidade protetora do tecido", alerta.
Além disso, pessoas com pele sensível ou condições como eczema e psoríase são mais propensas a sofrer os efeitos dos ftalatos. Essas condições já comprometem e sensibilizam a barreira cutânea, o que aumenta o risco de reações adversas e agravamento de doenças que a pessoa já tem.
A substância pode ainda penetrar na pele através de irritações causadas pelo contato direto com produtos que a contêm. Essa irritação pode facilitar a absorção do composto pela pele e, dependendo da quantidade e da frequência de uso, os ftalatos podem atingir a corrente sanguínea.
"Por isso, optar por cosméticos livres de ftalatos é a melhor estratégia para proteger a saúde da pele", sugere Piccinini.
Os menores são mais vulneráveis
Crianças, adolescentes e bebês em formação são os grupos mais vulneráveis aos efeitos dos interferentes endócrinos como os ftalatos. Por isso, segundo Yonamine, durante o período de desenvolvimento do feto em gestação, a exposição a substâncias que podem afetar esse desenvolvimento deve ser evitada.
Quando isso não ocorre e as mães são expostas a esses compostos na gravidez, isso pode resultar em baixo peso do bebê ao nascer e problemas no desenvolvimento sexual dos meninos, como testículos que não descem totalmente (condição chamada de criptorquidia) e abertura da uretra em posição errada (hipospadia).
Nas crianças, a exposição aos ftalatos pode causar puberdade precoce ou atrasada em meninas e puberdade atrasada ou aumento anormal das mamas em meninos (ginecomastia). Já nos adolescentes, que estão passando por mudanças hormonais significativas, o contato com substâncias que interferem nesses hormônios pode prejudicar a fertilidade.
Além disso, um estudo de 2020 sugeriu que a presença de ftalatos no corpo pode estar relacionada a problemas como o TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade) em adolescentes.
"Nessas fases, há um aumento de expressão de genes e receptores e maior atividade do sistema endócrino e neurológico. Por isso, os efeitos da exposição aos contaminantes ambientais é proporcionalmente maior naqueles com menor superfície corporal (peso e altura)", explica Fontenele.
No Brasil, o que diz a Anvisa?
Questionada sobre o tema, a Anvisa informou que, de acordo com a Resolução de Diretoria Colegiada 529 (um tipo de norma regulamentadora) de 2021, alguns ftalatos são proibidos em produtos como higiene pessoal, cosméticos e perfumes. Além disso, substâncias consideradas cancerígenas, mutagênicas ou tóxicas para a reprodução humana —dentro da categoria 1 do IARC (Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer) e 1A, 1B e 2, de acordo com a referência da Comissão Europeia— também são vetadas.
Segundo a agência, essas substâncias só podem ser usadas de forma excepcional, caso sua segurança seja comprovada com documentação técnica e científica, analisada pela Anvisa.
Em alguns casos, no entanto, substâncias proibidas podem aparecer em quantidades muito pequenas (como traços), caso sua presença seja inevitável no processo de fabricação e desde que o produto final seja considerado seguro para uso.
Produtos com menor risco sanitário podem ser vendidos após notificação à Anvisa, e a agência realiza auditorias para garantir que as normas sejam cumpridas. Caso um produto ultrapasse os limites de ftalatos, a autorização pode ser cancelada ou a empresa terá que corrigir o problema.
"É importante lembrar que o fabricante, ao regularizar um produto por notificação, assume o compromisso de cumprimento integral das regras aplicáveis a cada caso", afirmou a agência em nota à reportagem.
Embora a Anvisa proíba vários tipos de ftalatos em cosméticos, alguns ainda são permitidos, mas em doses mínimas. Por exemplo, o ftalato de dibutila é autorizado em esmaltes em concentração de até 15%, mas não pode ser usado em produtos para crianças. Já o ftalato de butilbenzila é proibido em produtos infantis, mas pode ser usado em cosméticos para adultos, desde que em quantidades menores que 1%.
"Mas estabelecer uma dose segura para substâncias como os ftalatos não é tarefa fácil, pois elas podem causar câncer e afetar os hormônios, mesmo em quantidades pequenas", alerta Maurício Yonamine.
O toxicologista reforça ainda que, para esse tipo de composto, muitas vezes a frequência de exposição acaba sendo outro fator bem importante para a ocorrência de efeitos adversos.
Usa produtos que vêm de fora? Cuidado!
Na União Europeia, o uso de ftalatos em cosméticos é proibido, limitando sua presença a pequenas quantidades que podem vir das embalagens. Mas, nos Estados Unidos, as regras são mais flexíveis — e muitos perfumes importados e comercializados aqui são de lá.
A FDA (agência americana que regula produtos de consumo e medicamentos) exige que os ingredientes dos cosméticos sejam listados nos rótulos, mas não obriga a especificação dos componentes das fragrâncias. Isso significa que não é possível saber, apenas pelo rótulo, se há ftalatos nos perfumes.
A agência americana ainda diz que, com as informações atuais, não se preocupa com o uso de dietilftalato (DEP), um tipo de ftalato utilizado como solvente e fixador em fragrâncias, e recomenda que, quem quer evitá-lo, deve escolher produtos sem o termo "fragrância" na lista de ingredientes.
(Com informações do UOL)
#Artigo_Semanal_em_07_04_2025
INACEITÁVEL! PREFEITURA DE MARACANAÚ DEIXA DE DÁ ASSISTÊNCIA ÀS FAMÍLIAS ATINGIDAS PELAS FORTES CHUVAS E ENCHENTE PARA GASTAR COM SHOW CARÍSSIMO, PARA INAUGURAÇÃO DE REFORMA DE AVENIDA, QUE ESTÁ LONGE DE SER O QUE MAIS A POPULAÇÃO NECESSITA E DESEJA
Uma gestão municipal competente não deve fazer vista grossa no que a população mais necessita e deseja. Deve fazer de tudo para que os recursos públicos sejam mais aproveitados pela a maioria da população, dentre esta quem mais necessita. Ficar atenta nas mudanças e sempre ter realizações que atendam quem mais precisa no momento. A gestão deve ser capaz, ética e trabalhadora. Jamais gastar milhões com o que não é prioridade. Uma cidade que há décadas sofre com grande inundação, percebe-se, que a gestão de um mesmo grupo político, não faz o que deveria. Pois Maracanaú tem recursos públicos suficiente para ter uma rede de saneamento básico digna de uma cidade com mais de 200 mil habitantes que tem um Polo Industrial que proporciona uma das maiores arrecadações do estado. Em Maracanaú, no período chuvoso, mesmo todos anos a população sofre muito com alagamentos e doenças por conta da falta de saneamento básico, a gestão municipal parece não está nem aí. Quando em momento que a população mais sofre, numa falta de empatia imensurável, a gestão municipal gasta dinheiro com show para inaugurar reforma de avenida. Nota-se que não há nem clima para esses eventos. Mas o gestor como a maioria de quem ocupa o alto escalão com cargos de confiança só quer saber é de disponibilizar “Pão e Circo” à população. Demonstrando a total incapacidade de gerir uma cidade da Região Metropolitana que tem mais de 200 mil habitantes. CHEGANDO À DUAS DÉCADAS PERDIDAS, tirando de uma geração o direito de vivenciar o que Maracanaú tem condições de lhe proporcionar. Porque se fosse capaz, faria de Maracanaú uma cidade referência em gestão pública, o que atrairia muitos mais recursos públicos e começaria a atrair investimentos do setor privado (Que viria investir muito na cidade). E a população iria ter o Maracanaú que está sendo negado esse direito. Por isso que cada vez mais a população demonstra grande descontentamento por ainda não ter entrado em outro ciclo de gestão pública? Que a cada dia que se passa se aproxima muito da cidade ter cara nova e recuperar o tempo perdido? MOVIMENTO ELEITOR PARTICIPATIVO (EL-PARTICIPO) traz Um Novo Olhar para Maracanaú, EMPODERANDO quem contratou, no pleito eleitoral, funcionários políticos.
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