Número de afastamentos por transtornos mentais é recorde em 2024, conforme pesquisa do Ministério da Previdência Social. Pessoas de baixa renda são as mais atingidas e enfrentam maior preconceito
Alane Menesio da Silva, de 22 anos, sentiu na pele os efeitos desse cenário. Enfrentando uma carga horária de 12 horas diárias e distante da família, ela começou a apresentar sintomas de ansiedade severa. O corpo deu sinais claros de exaustão, como crises de ansiedade frequentes, estresse extremo e até mesmo reações físicas, como empolação. "Foi um período complicado. A junção da ansiedade e a carga horária de trabalho com essa distância agravou ainda mais a minha ansiedade. (...) Durante todo o período de trabalho, a empresa tratou a ansiedade como besteira, não ofereceu ajuda e nem afastamento para que eu conseguisse me cuidar", conta.
A dificuldade de buscar atendimento especializado agravou ainda mais a situação. Sem tempo para se consultar com um profissional e sem apoio da empresa onde trabalhava, Alane recorreu ao que estava ao seu alcance. E conta que, para buscar algum tipo de tratamento, recorreu a chás e à automedicação com um remédio receitado para a mãe dela.
"Dar conta"
Para a psicanalista e especialista em neurociências Ana Lisboa, isso se deve a uma luta constante pela sobrevivência. Ela explica que a saúde mental é vista como um luxo, algo secundário em meio a urgência de pagar contas, garantir alimentação e manter a família segura.
Além disso, Lisboa ressalta que há um forte estigma que impede muitos trabalhadores de buscarem ajuda. A ansiedade e depressão, explica a especialista, ainda são vistas como frescura ou fraqueza, e o medo do julgamento faz com que muitos silenciem o sofrimento.
Essa mentalidade reflete-se dentro do ambiente de trabalho, onde a cultura do "dar conta" empurra trabalhadores ao limite. "A necessidade de produzir constantemente cria um ciclo de exaustão, e ignorar sinais de sofrimento torna-se a única alternativa para manter o emprego e a renda. Isso resulta em adoecimento emocional profundo e invisível", explica.
Em concordância com Ana Lisboa, a psicóloga Aline Sampaio ressalta que a falta de informação e acesso a tratamentos adequados também é um obstáculo. Segundo ela, a ideia é sempre "ou pago a terapia, ou a comida" e, no Sistema Único de Saúde (SUS), apesar da qualidade do tratamento, ainda há poucas vagas e acessibilidade.
A especialista ainda explica que o tratamento de condições mentais é visto como "desleixo, preguiça ou falta de vontade". Aline Sampaio destaca que estudos sugerem uma maior propensão de pessoas de baixa renda desenvolverem doenças mentais, o que estaria diretamente ligado a fatores como violência, alimentação e educação, que aumentariam os gatilhos para condições mentais.
Estigmas
A psicóloga reconhece que as pessoas de baixa renda são as mais afetadas diretamente pelo estigma da saúde mental. Ela destaca a meritocracia como fator que define que os pobres se mantêm nessa classe social pela "falta de esforço", além de julgar existir uma cultura aporofóbica — aversão aos pobres —, eugenista e higienista, forçando as pessoas a se encaixarem em padrões pré-concebidos.
"Não vemos as pessoas como seres únicos, mas colocamos em bolhas de que deu certo para mim, ou para uma camada de pessoas, então, tem que funcionar com todo mundo, criando padrões. 'Dar conta' pode ser um mecanismo de se sentir aceito e tentar lutar ao extremo na dificuldade. Mas o resultado disso pode ser muito ruim. Nesse sentido, está muito ligado a ser aceito, a não ser visto de forma inferior, negativa", explica Sampaio.
O sociólogo e coordenador do curso de direito da Universidade Guarulhos (UNG), Guilherme Amaral, também destaca que que a população de baixa renda tende a escantear a saúde mental, sendo um reflexo das condições sociais e econômicas adversas, das limitações impostas pela falta de recursos e da exploração que se manifesta em diferentes aspectos da vida, do trabalho à saúde e à estrutura familiar.
Para Amaral, o futuro da saúde mental nas comunidades de baixa renda está ligado diretamente às mudanças sociais e econômicas em curso. Ele diz que, se o Brasil conseguir implementar essas mudanças de forma eficaz, o país poderia oferecer condições de saúde mental e de vida mais humanas para a população, especialmente para as pessoas mais vulneráveis. "A ausência de um conhecimento técnico e aprofundado sobre o assunto impede que muitos compreendam o impacto negativo que a saúde mental pode ter em suas vidas. Esse desconhecimento cria um ambiente onde as questões de saúde mental são frequentemente negligenciadas, pois a pessoa não reconhece os prejuízos que está causando a si mesma."
(Com informações do Correio Braziliense)
#ARTIGO_SEMANAL_EM_17_03_2025
NO DIA DA ESCOLA, NA ÚLTIMA SEXTA FEIRA (15), POPULAÇÃO MARACANAUENSE CRITICA O ABANDONO DAS ESCOLAS DA REDE MUNICIPAL, QUE TEM UMA QUE MAIS PARECE UMA CHOUPANA
A Educação é uma das áreas essenciais da gestão pública. As escolas, onde cada vez mais as crianças e os jovens passam boa parte do seu tempo, deveriam receber toda a atenção da prefeitura, por exemplo. Em vez de ser gastos horrores com obras que não são prioridades, poderia construir muitas escolas Padrão MEC. Reformar, com frequência, todas as escolas. Podendo assim, sempre comemorar tudo isso, no dia da Escola (15 de março). É um absurdo que a gestão pública de Maracanaú abandone as escolas da Rede Municipal, pois recursos públicos tem demais, para até fazer com que Maracanaú proporcione uma escola pública que fosse grande referência entre as cidades das Regiões Metropolitanas do Nordeste. PORQUE EM 20 ANOS NO PODER, O GRUPO QUE AINDA PERMANECE NO PODER NÃO FEZ O QUE DEVERIA? Porque não é competente para administrar uma cidade com mais de 200 mil habitantes, e uma das que mais arrecadam no Estado. Com isso, parece que só teremos a educação pública que os maracanauenses tanto necessitam e desejam só em outro ciclo. O que está bem próximo, levando em conta que cada vez mais aumenta em milhares, o número de cidadãos/ãs que querem um novo ciclo. Pois subtende que outro grupo vai fazer o que mais é importante para a população, que com isso pode permanecer muito tempo gerindo a cidade. Desta forma, Maracanaú pode também se destacar no Ranking Nacional, com as melhores escolas públicas municipais, em vez de ser só escolas do interior do Estado. É possível um dia termos escolas bem estruturadas, refrigeradas, boa alimentação, professores e funcionários mais valorizados, com uma excelente conexão de internet e recursos didáticos. Com Educação Inclusiva, acessibilidade etc. Numa gestão municipal humanizada, empática, capacitada, tudo isso é realizado e ainda é possível ter muito recursos públicos para as outras áreas essenciais e ampliiação da infraestrutura da cidade. Porque quando se tem uma gestão pública que sabe gerir as áreas essenciais de uma cidade, esta é bem-vista pelas outras esferas públicas e o setor privado. Que todos vão querer ter parceria com este município. Cobrar, reivindicar e denunciar, muito, pode ser que a atual gestão municipal tente reparar seu erro e buscar trabalhar como deveria? MOVIMENTO ELEITOR PARTICIPATIVO (EL-PARTICIPO) traz Um Novo Olhar para Maracanaú, EMPODERANDO quem contratou, no pleito eleitoral, funcionários políticos.
Comentários
Postar um comentário