Em
2024, as vendas de latinhas e garrafas de cerveja cresceram 12% em comparação
ao mesmo período do ano anterior. E nem adianta pedir: "Beba com
moderação". Esse tipo de alerta, criado em 2008 pelo Conselho Nacional de
Autorregulamentação (Conar), não funciona.
É o que garante um estudo britânico de
2022. Conduzido por pesquisadores da Universidade de Oxford e publicado na
revista especializada British Journal of Health Psychology, ele dá o veredicto:
os rótulos de advertência não estimulam o consumidor a beber menos.
Alcoolismo feminino
Um em cada cinco brasileiros, segundo o
Ministério da Saúde, faz uso abusivo de bebida alcoólica. Ou seja, consome
quatro ou mais doses, no caso das mulheres, e cinco ou mais doses, no caso dos
homens, em uma mesma ocasião: festa, churrasco ou balada. Cada dose corresponde
a uma lata de 350 ml de cerveja, uma taça de 150 ml de vinho ou um copo de 45
ml de destilado, como vodca, gim, tônica, uísque ou cachaça.
Homens bebem mais do que as mulheres:
são 27,3% contra 15,2%. No entanto, elas são mais vulneráveis ao álcool. Em
geral, começam a beber mais tarde, mas levam menos tempo para se tornarem
dependentes.
"Mesmo ingerindo doses menores,
elas tendem a adoecer mais", adverte a psiquiatra Ana Cecília Marques,
doutora em neurociências pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e
ex-presidente da Associação Brasileira de Estudos do Álcool e Outras Drogas
(ABEAD).
Abusivos x moderados
Há dois tipos de consumidores de álcool:
os abusivos e os moderados. O que difere um do outro é o risco à saúde. No caso
dos abusivos, o risco é alto. No caso dos moderados, é baixo.
"Não há limite seguro para o
consumo de álcool. O mais seguro é não consumir", recomenda o psiquiatra
Dartiu Xavier da Silveira, doutor em psiquiatria pela Unifesp e ex-presidente
da ABRAMD (Associação Brasileira Multidisciplinar de Estudos sobre Álcool e
Drogas). "O risco pode ser baixo, mas não é nulo."
Mas, afinal, o que é
"moderação" quando o assunto é álcool? No Brasil, consumo moderado é
definido como uma dose por dia para as mulheres e duas doses por dia para os
homens. No Canadá, o rigor é maior: são duas doses por semana tanto para homens
quanto para mulheres. Outros países, como França, EUA e Austrália, também
estudam reduzir o número de doses máximas toleradas.
"Mesmo pequenas quantidades, a
longo prazo, podem trazer riscos à saúde", alerta o psiquiatra Jorge
Jaber, membro da ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria). "O ideal é
evitar o consumo, principalmente em casos de histórico familiar de alcoolismo
ou de doenças preexistentes, como hipertensão e diabetes."
Tolerância zero
A pesquisa Álcool e a Saúde dos
Brasileiros, de 2023, revela que a maioria da população não faz ideia do que
seja "beber com moderação". Segundo o levantamento, 75% dos
consumidores abusivos acreditam que bebem moderadamente. Apenas 13% admitem que
precisam de ajuda.
"Não se deve ingerir álcool em
hipótese nenhuma: durante a gravidez, antes de dirigir e menor de idade",
afirma o psiquiatra Arthur Guerra, presidente do Centro de Informações sobre
Álcool e Saúde (Cisa).
Além de moderados e abusivos, há um
terceiro grupo: os dependentes. O consumidor abusivo torna-se dependente
quando, entre outros fatores, perde o controle sobre o ato de beber. Isto é,
passa a beber em ocasiões em que não deveria. E pior: com frequência e
quantidade cada vez maiores. Outros sinais de alerta: tolerância (precisa
ingerir mais doses para obter o mesmo efeito), abstinência (passa mal quando
para de ingerir álcool) e persistência (sabe que a bebida faz mal, mas não
consegue evitar).
Janeiro Seco
Há muitas estratégias para reduzir o
consumo ou parar de beber. O Janeiro Seco ("Dry January") é uma
delas. O objetivo é passar um mês inteiro sem consumir uma única gota. Que pode
ser janeiro ou qualquer outro.
Há outras, acrescenta o historiador João
Ricardo Rodrigues Viégas, consultor da Opas (Organização Pan-Americana da
Saúde) para Tabaco, Álcool e Vigilância das Doenças Crônicas Não
Transmissíveis: aumentar os impostos, restringir a publicidade e conscientizar
o público. "Colocar rótulos de advertência em garrafas e latinhas é, sem
dúvida, um passo importante", afirma Viégas. "É direito do consumidor
saber, por exemplo, que o álcool causa câncer."
E, neste caso, não precisa ser
consumidor abusivo. "Uma taça de vinho por dia já aumenta em 11% o risco
de câncer de mama", adverte o psiquiatra Ronaldo Laranjeira, diretor da
Uniad (Unidade de Pesquisas em Álcool e Drogas). "Consumo de baixo risco,
que não tem impacto na saúde, é uma dose por semana."
"Sober Shaming"
A boa notícia é que as novas gerações
estão bebendo menos. Segundo a pesquisa Copo Meio Cheio, o número de
consumidores nas gerações Y (nascidos entre 1981 e 1996) e Z (entre 1997 e
2010) caiu. Em compensação, na geração X (entre 1965 e 1980), aumentou.
De acordo com a pesquisa, 62% dos
consumidores já pensaram em reduzir o consumo. Desses, 79% conseguiram. Dos que
conseguiram, 67% desejam parar no futuro. Ter um estilo de vida mais saudável é
o principal motivo.
Um dado que chamou a atenção de Gabriela
Terra, CEO da Go Magenta, empresa responsável pela pesquisa, , foi o
"sober shaming" ("humilhação dos sóbrios", em tradução
livre). "Quando perguntamos quais são as principais barreiras para
diminuir o consumo, a segunda mais apontada, por 34% dos entrevistados, foi a
necessidade de dar satisfação. Ou seja, somos os maiores algozes de quem está
tentando parar", analisa.
Sóbria há 16 anos, a publicitária
Graziella Santoro já sofreu incontáveis episódios de "sober shaming".
Tantos que, com o tempo, aprendeu a inventar desculpas: num dia, estava pagando
promessa; no outro, estava tomando remédio; no terceiro dia, tinha exame para
fazer, e assim por diante. Hoje, quando alguém lhe pergunta: "Por que você
não bebe? ", a fundadora e presidente da Associação Alcoolismo Feminino,
instituição que reúne quase 700 mulheres, limita-se a rebater: "Não quero,
e você? Por que bebe?"
Manual de sobrevivência
A primeira dica delas é manter-se
hidratado. "A água ajuda a diluir o metabolismo do álcool e inibe a
vontade de tomar cerveja para hidratar o corpo ou refrescar do calor",
explica Arthur Guerra.
A segunda dica é semelhante à primeira:
não beber com o estômago vazio. O motivo também é parecido: "Reduz a
velocidade de absorção do álcool no organismo", observa o psiquiatra Jorge
Jaber.
A terceira é evitar misturas perigosas.
Em outras palavras: remédios, principalmente os benzodiazepínicos, como
sedativos, ansiolíticos e relaxantes musculares, entre outros, ou energéticos.
"É como se você pisasse no freio e no acelerador ao mesmo tempo",
compara Guerra. "Enquanto o efeito do álcool é depressor, o do energético
é euforizante." O carro pode colidir contra o primeiro poste que encontrar
pelo caminho.
Por falar nisso, bebida não é
medicamento. "Tá ansioso, estressado ou deprimido? Não é a cerveja que vai
resolver seu problema", acrescenta o psiquiatra. "Procure um
médico."
A quarta dica é estabelecer limites. E,
principalmente, respeitá-los. "Defina previamente o quanto pretende
beber", aconselha Jaber. "Não ceda à pressão dos outros para tomar
mais uma dose", arremata Guerra.
Por último, não misture volante e
bebida. "Não dirija depois de consumir álcool", avisa Jaber.
"Planeje com antecedência como voltar para casa: táxi, aplicativo ou
transporte público."
Lembre-se: quem bebe menos, se diverte
mais.
#ARTIGO_SEMANAL_EM_03_03_2025
REVOLTANTE! EM MARACANAÚ, MAIS DE DOIS MESES DE MAIS UM MANDATO DO GESTOR MUNICIPAL, CRIANÇAS AUTISTAS CONTINUAM PRATICAMENTE ABANDONADAS; ENTIDADE QUE FAZ PARTE DO IPREDE, CONVENIADA COM A PREFEITURA, PODE FECHAR AS PORTAS POR ATRASO DE 5 MESES NO REPASSE DA GESTÃO MUNICIPAL
A gestão pública tem que priorizar os serviços públicos essenciais. Os recursos públicos têm que ser remanejados para a área da Saúde, em situações urgentes. Principalmente para as crianças autistas, que não podem ficar sem acompanhamento especializado. Uma prefeitura jamais deveria gastar com carnaval e futebol profissional, se a área da Saúde necessita atender as crianças autistas. Que acaba fazendo essas crianças e seus familiares sofrerem. Uma cidade Polo Industrial com mais de 200 mil habitantes não disponibilizar R$ 100 mil por mês para repassar uma entidade parceira que acompanha centenas de crianças, demonstra ser incapaz, por não ter empatia e solidariedade para as famílias que vivem uma vida toda de desafios para suas crianças autistas viverem da melhor forma possível. EM MARACANAÚ DAR PARA AMPLIAR O ATENDIMENTO AS CRIANÇAS AUTISTAS E NÃO ROMPER COM A ENTIDADE QUE PRESTA ESSE SERVIÇO. Para isso basta a gestão municipal ser capacitada da forma devida e gerir de forma humanizada. Buscar fazer o que a população mais necessita e deseja. A maioria das famílias não conseguem pagar um atendimento especializado para as suas crianças autistas. É inaceitável que as crianças autistas sejam abandonadas pela a prefeitura de Maracanaú. Já que nessa cidade gasta-se muito com ações que não são prioridades. Isso está acontecendo com as crianças autistas que estão prestes a não ter mais atendimento da entidade conveniada com a prefeitura, por conta que desde outubro do ano passado não receberam recursos, mas para bancar time de futebol e carnaval teve muito dinheiro público, logo no início do ano. A partir de quando a população de Maracanaú não vai ter serviços público na devida qualidade? MOVIMENTO ELEITOR PARTICIPATIVO (EL-PARTICIPO) traz Um Novo Olhar para Maracanaú, EMPODERANDO quem contratou, no pleito eleitoral, funcionários políticos.
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