Fazer o bem também pode ser caminho de aperfeiçoamento pessoal

Para uma psicopedagoga, o envolvimento com causas sociais permite enfrentar melhor as próprias dores e cumprir uma missão na vida dos outros


Ser uma pessoa engajada em trabalhos sociais não garante amadurecimento ou bondade. O caminho é constante e permite aprendizados quando há qualidade na interação com o outro, partilha a psicopedagoga e facilitadora de grupos Lis de Maria Timbó. Conduzindo projetos sociais há mais de 25 anos, ela avalia que o aperfeiçoamento pessoal é um dos frutos da caridade.


Seguindo a doutrina espírita, Lis de Maria assimilou o ensinamento de que “fora da caridade não há salvação”. No entanto, ela explica que esta salvação não é um reino prometido para outra vida. A busca é pela salvação das próprias falhas no tempo presente. “É a salvação de si mesmo, das mazelas íntimas”, comenta.


Com a vida de dedicação a projetos e instituições, ela também ressalta que fazer o bem não funciona como moeda de troca. É, em vez disso, caminho que vai ensinando a enfrentar melhor as próprias dores. E a descobrir continuamente como ser melhor para o outro.


Atualmente, Lis de Maria coordena as atividades da Casa Espírita Teresa d’Ávila. O lar fica no bairro Dionísio Torres, em Fortaleza, e oferece diversas ações para os moradores do entorno, como grupos voltados para idosos, distribuição de cestas básicas e acompanhamento para promoção de saúde.


Primeiros passos na adolescência


Hoje, Lis de Maria tem 60 anos. É pedagoga, facilitadora de grupos e educadora social. E tem na bagagem muitas histórias dos trabalhos sociais iniciados ainda na juventude, quando ela e o atual esposo passaram a frequentar um centro espírita.


Dentre as várias ações filantrópicas, algumas foram mais marcantes. Uma delas foi as visitas ao Centro de Convivência Antônio Justa, que antes havia sido usado como espaço de isolamento compulsório das pessoas acometidas pela hanseníase. Estas pessoas, até hoje, enfrentam um estigma social ancorado no desconhecimento da sociedade sobre a doença.


“Eu tinha todo o receio e preconceito do mundo. E quando eu cheguei lá, me deparei com um outro estágio na minha vida. As pessoas até tremiam de medo de sofrer rejeição, por todo o histórico do que tinha acontecido com elas. Eu tinha que trabalhar a inclusão, e tinha que ser primeiro em mim. E foi um trabalho lindo, criamos uma energia muito boa”, relembra Lis de Maria


Outra ação importante para a psicopedagoga foi um projeto que percorria as casas de comunidades mais vulneráveis.


Uma das formas de ajudar era promover um acompanhamento pré-natal para as mulheres gestantes, partilhando os saberes de cada voluntário. No projeto, as gestantes participavam de 12 encontros e eram convidadas a construir o enxoval como um período de preparação para a maternidade.


Por nove anos, Lis de Maria também se dedicou às atividades da organização social Lar Fabiano de Cristo como educadora social. Até que, no fim da década de 1990, ela conseguiu concretizar o sonho de fundar a própria instituição.


Um lar para acolher famílias

O desejo de criar um novo lugar para a ação solidária já existia há algum tempo. A confirmação veio por um amigo que tem o dom da mediunidade, que recebeu como mensagem a planta de um lar. Logo depois, ele apresentou a proposta a Lis de Maria.


Coincidentemente, outro amigo surgiu vendendo um terreno no valor que ela tinha conseguido juntar. Com os esforços de voluntários e encontros que pareceram orquestrados pelo destino, o Lar de Clara foi fundado em 1999.


Grupos de idosos e de gestantes foram os primeiros projetos da instituição. Foi nesta casa, erguida na Praia de Iparana, em Caucaia. A instituição também acompanhou dezenas de crianças em aulas de informática e projetos de música.


“A gente passou a assistir as famílias da região do mangue todo, e foi um trabalho muito bonito. Acho que aquilo foi lapidando a minha alma grosseira ainda, fui aprendendo a lidar, refinando um pouquinho o jeito para lidar melhor com as pessoas. Você aprende, por exemplo, a tratar o filho do outro como se fosse seu. Porque não tem diferença, nós somos todos irmãos”, reflete a psicopedagoga.


O Lar de Clara escolheu algumas áreas essenciais para a atuação, como a educação, o esporte, a cultura e a dignificação do ser.


Fundando mais uma obra

Os últimos seis anos de Lis de Maria foram dedicados a uma nova instituição: é a Casa Espírita Teresa d’Ávila, no espaço de uma residência em Fortaleza. Desde a criação, o lugar tem distribuição mensal de cestas básicas para moradores do entorno, com assistência a 60 idosos.


Aos poucos, a casa foi também oferecendo outros tipos de suporte à comunidade. Toda quarta-feira, por exemplo, existe a distribuição de pães. Mas, para além do alimento, o lugar é um recanto de paz, com encontros culturais e trocas nos projetos voltados para a terceira idade.


“Eles dizem que saem melhores e renovados porque gostam das histórias que a gente conta sobre Jesus, sobre espiritualidade. E daí você percebe a diferença de fazer algo com um vínculo afetivo. Essas pessoas expressam isso, que se fosse só o [auxílio] material, elas recebiam e iam embora. Mas elas voltam toda quarta-feira sem ter nada material”, comenta Lis de Maria.


A casa tem uma programação variada, com atendimentos de voluntários — como médicos e acupunturistas — e iniciativas que alcançam crianças e famílias da comunidade. Também existe um vínculo com o território a partir das visitas domiciliares e uma atenção às pessoas que estão doentes.


Algumas famílias são acompanhadas em reuniões mensais quando elas precisam de ajuda, com necessidades que variam em cada caso.


“Nessa relação com as famílias, a gente percebe a lei do dar e receber. Quando a gente dá, e o outro se sente humilhado, não é caridade, é um desserviço com a vida dele. Como é que eu vou impor o que o outro quer? Então nós conversamos sobre o que a pessoa tem de meta para a própria vida, o que incomoda. E temos esse tempo de sustentação em uma fase ruim, com a cesta básica, com o amparo aos filhos”, explica.


Outro elemento que não pode ser imposto é a religião ou a espiritualidade. Para ela, exigir a vinculação ao espiritismo, por exemplo, seria cometer uma violência contra as pessoas alcançadas pela ação social.


Lis de Maria destaca ainda um projeto que tem se mostrado essencial. O nome da iniciativa é Candeia, buscando trazer uma luz para as famílias que procuram a casa por causa da depressão, das crises de ansiedade ou até mesmo de episódios de automutilação.


Para estas famílias, que nem sempre moram no entorno, o lar oferece um tratamento espiritual. No entanto, a psicopedagoga destaca que o acompanhamento é complementar e não substitui os cuidados com a saúde física e mental que podem ser orientados por profissionais.


“Quando tem alguém sem a menor condição de pagar uma terapia, a gente disponibiliza terapeutas que atendem para tirar da crise, pelo menos de forma emergencial. E depois, a gente pode encaminhar para algum órgão que dê seguimento. Isso não tem preço. Quando uma mãe diz que não trabalha porque não consegue fazer uma diária e deixar o filho só, com medo do que ele pode fazer sozinho, é torturante ”, relata Lis de Maria.


Conduzindo tantas frentes de apoio, ela compartilha um segredo para levar uma vida dedicada à ação social: chamar amigos para fazer o bem. Como garante, é nessa rede de parcerias que as amizades ajudam a enfrentar desafios e buscar objetivos em comum.

(Com informações do G1 CE)


#Artigo_Semanal_em_26_02_2024

EM MARACANAÚ A DEMORA DE ARRANJAR VAGAS PARA AS CRIANÇAS NAS ESCOLAS MUNICIPAIS, QUE CONTINUAM SEM ESTUDAR EM 2024, E A DEMORA DA ENTREGA DE CERTIFICADOS POR ENTIDADE DE CURSO PROFISSIONALIZANTE PARCEIRA DA PREFEITURA, ESTÃO DEIXANDO A POPULAÇÃO INDIGNADA

Deplorável quando uma gestão municipal de um dos municípios que mais arrecadam no Estado não presta o serviço público da forma correta por negligência e falta de empatia. Ao deixar de destinar os recursos públicos para o que é prioridade, segundo a constituição de 1988, para realizar coisas que pode ficar para depois. Ocasionando a falta de vagas para as crianças estudarem, que se não tem vagas nas escolas municipais de Maracanaú dar para a prefeitura pagar vagas nas escolas particulares. Basta remanejar recursos de obras que não são prioridades. Ou enxugar o quadro de servidores públicos comissionados que moram em outras cidades. Que o gestor desumano prefere ficar gastando os recursos públicos de Maracanaú com pessoas de fora em vez de atender as demandas do povo maracanauense. Também outra coisa muito errada que o povo estar pedindo uma solução é uma entidade que fatura muito da Prefeitura para realizar cursos profissionalizantes para a população, esta entidade estar deixando de entregar certificados a quem concluiu o curso a mais de 1 ano. E não dar nenhuma explicação para quem dentro do seu direito tenta receber seu certificado, para tentar tornar menos longo o tempo de procura de emprego, tendo como mostrar que se capacitou mais. COM CERCA DE 20 ANOS, SEM VER MELHORIAS, O QUE A POPULAÇÃO DEVE FAZER PARA MUDAR ATÉ OS PRÓXIMOS ANOS? Uma das opções é mudar o comando da cidade. Ou se continua o mesmo grupo no poder,  agora depois de duas décadas no poder vão fazer uma gestão diferenciada. Difícil acreditar nisso. Pois devem não deixar de fazer um montão de coisas erradas que ocasiona, cada vez mais desigualdade social em Maracanaú. Pois se continuar ganhando eleição,  se acham que não precisam evoluir em muitos aspectos, já que continuam ganhando eleições. MOVIMENTO ELEITOR PARTICIPATIVO (EL-PARTICIPO) traz Um Novo Olhar para Maracanaú, EMPODERANDO quem contratou, no pleito eleitoral, funcionários políticos.





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