Pesquisa mostra como os brasileiros se relacionam com seus smartphones

Segundo o estudo, a característica mais importante na escolha de um celular novo é capacidade de processamento, apontada por 37% dos entrevistados. No Brasil, há mais de um smartphone por habitante, segundo a FGV

Ele é companhia para praticamente todas as horas. Desde a manhã, quando acordamos, até a noite, quando vamos dormir, o smartphone quase sempre está em nossas mãos. Conectado à internet, o aparelho é utilizado diariamente, inúmeras vezes, para diferentes atividades. Do trabalho ao entretenimento, do envio de mensagens ao pagamento de uma conta. Se o celular quebra, por exemplo, a vida parece paralisar.


No Brasil, atualmente, há mais de um smartphone por habitante, segundo levantamento da Fundação Getúlio Vargas (FGV). São 242 milhões de celulares inteligentes em uso no País, que tem pouco mais de 214 milhões de habitantes, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).


Hoje em dia, com novos modelos de celulares sendo apresentados no mercado de modo cada vez mais frequente, o brasileiro geralmente buscam possuir smartphones de última geração. Prova disso é que a proporção de consumidores que pretendem comprar um aparelho novo nos próximos 12 meses subiu de 51% para 54% em um ano. A intenção de compra é maior entre os homens (57%) que entre as mulheres (51%).


Os dados são de pesquisa feita pelo Panorama Mobile Time/Opinion Box. Segundo o levantamento, a característica mais importante na escolha de um smartphone novo é capacidade de processamento, apontada por 37% dos entrevistados. Para o público feminino, o mais importante na escolha do aparelho é a memória (36%), algo que interessa muito menos aos homens (22%).


Além disso, enquanto 19% das mulheres afirmam que a qualidade da câmera é o mais relevante, o mesmo vale para apenas 10% dos homens. Por outro lado, homens são mais preocupados com a duração da bateria (18%) que as mulheres (13%).


Uso


De acordo com o estudo, o brasileiro fica, em média, dois anos e sete meses com o mesmo smartphone de sistema Android e três anos e quatro meses com o iPhone, cujo sistema é o IOS. A média entre ambos é de dois anos e nove meses. A Samsung, por exemplo, é a líder do mercado na preferências dos consumidores (40%), seguida da Apple (20%) e Motorola (19%). Uma marca que tem ganhado projeção é a chinesa Xiaomi (13%).


A pesquisa aponta ainda que 91% dos brasileiros compraram seu smartphone atual novo, enquanto 9% optaram por um usado. A proporção que comprou usado é maior entre os jovens de 16 a 29 anos (13%) e entre as pessoas das classes C, D e E (10%). Nas classes A e B, é de apenas 4%.


Necessidade


A social media Amanda Paulo, 21 anos, mora em Fortaleza e troca de smartphone todo ano. Como precisa de um aparelho sempre atual para o trabalho, já que administra redes sociais e precisa fazer download de imagens com alta resolução, trocar o aparelho anualmente, segundo destaca, é uma necessidade.


“Eu preciso dispor sempre de um aparelho de última geração, no máximo um pouco abaixo. Recebo e troco imagens via celular, além disso, pelo smartphone crio vídeos, edito e faço as postagens. Se não for um bom aparelho não vou conseguir desempenhar o meu trabalho. Por isso, todos os anos me planejo para efetuar essa troca”, contou.


Usuária do sistema IOS, ela destaca que, antes de comprar um novo smartphone, é preciso pesquisar muito sobre o aparelho. “Entender as funcionalidades do celular é fundamental. Pesquiso memória e sistema operacional e o que vai evoluindo de um aparelho para o outro. Não basta ter um aparelho de última geração, se não conseguir extrair o melhor dele. Como trabalho com essa tecnologia, busco entender e conhecer os critérios técnicos”, acrescenta.


Mudanças


Especialista em tecnologia da informação, Márcio Braga diz que os smartphones mudaram completamente a nossa vida, em diferentes aspectos. “Por meio deles, trocamos mensagens, olhamos redes sociais, agendados consultas médicas, solicitamos transporte, pedimos comida, fazemos pagamentos, reuniões, entre muitas outras coisas. Isso, principalmente, com a ajuda de aplicativos. Foi na pandemia que percebemos o quanto eles são necessários”, observa.


“Tudo de forma autônoma, direta e rápida. Podemos realizar ações que antes exigiam a presença física para ocorrerem, ou ainda mais, temos acesso a serviços que sequer existiam antigamente. Há alguns anos, alguém imaginaria que, em apenas um clique no aplicativo de celular, poderíamos comparar rapidamente preços de hotéis e passagens aéreas e já comprar a mais em conta?”, reforça.


Alta no preço de celulares impacta consumo no País


Atualmente, o brasileiro fica com um mesmo smartphone por dois anos e nove meses, aumento de seis meses se comparado com o último levantamento do Panorama Mobile Time/Opinion Boxa, realizado há um ano. Na época, o tempo médio era de dois anos e três meses.


O aumento nesse tempo pode pode ser explicado pelo avanço da inflação no País, que afeta intensamente os eletroeletrônicos, índice de desemprego ainda elevado e aumento na taxa de juros, que dificulta as condições para crédito e pagamento parcelado, fazendo com que o brasileiro adie um pouco a compra de um novo celular. Além disso, o aumento do dólar e a escassez de chips pressionam os preços dos aparelhos.


“Com demanda elevada e baixa oferta, há aumento nos preços de alguns produtos, como é o caso dos smartphones. A pandemia prejudicou a produção e aquisição dos insumos, razão pela qual as pessoas optam por adiar um pouco a compra, sem contar a variação do câmbio, uma vez que a maioria desses produtos são importados”, explica o economista Wandemberg Almeida, membro do Conselho Regional de Economia do Ceará (Corecon-CE).


Especialista em tecnologia da informação, Márcio Braga chama atenção para os aspectos negativos da vida conectada ao celular.


“Existem problemas clássicos. Nos tornamos muito imediatistas, mais sujeitos a informações falsas e mais expostos, principalmente, em relação a nossos dados pessoais. Para além dessas questões, nós estamos potencialmente aumentando o abismo social entre os que podem ter acesso aos melhores aparelhos, conexões e aplicativos, ou seja, os que têm melhor e mais rápido acesso à informação, daqueles que estão muito distantes desta realidade”, analisa.


O que levar em conta na hora de comprar um smartphone novo


Tela: uma característica fundamental do celular, já que ela é a principal forma de interação com o aparelho. É preciso observar resolução, tecnologia do painel e, mais recentemente, velocidade de tela.


Processador: considerado o cérebro do celular, é um componente que recebe e realiza instruções passadas pelo sistema operacional e os apps utilizados. Além disso, é responsável pelos cálculos que o smartphone realiza e, por conta disso, quanto mais poderoso ele for, melhor o desempenho do telefone.


Memória: é a quantidade de espaço de memória que o aparelho disponibiliza. É usada para guardar arquivos e dados temporariamente para que o sistema consiga acionar aplicativos com mais rapidez.


Armazenamento: a quantidade de armazenamento determina quanto espaço o aparelho tem para guardar arquivos, aplicativos, fotos, entre outros documentos. Aparelhos com 64 GB tende a não ser mais suficiente para dar conta das necessidades básicas.


Câmeras: ideal para quem gosta de tirar fotos. As questões mais importantes vão além da resolução máxima e passam por especificações como abertura das lentes, para melhor qualidade de captura em situações com pouca luz, disponibilidade de mais de uma câmera e o perfil das lentes.


Bateria: a capacidade da bateria é importante para indicar quanto tempo o celular pode ficar longe da tomada. Em geral, fabricantes medem esta capacidade em miliampères-hora (mAh), uma unidade que aponta a capacidade bruta do componente.

Com informações do O Otimista.



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