OLHA AÍ! Saiba quais os tipos de dietas da moda que funcionam


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Comer é sem dúvida um dos maiores prazeres de ser humano. Aquela picanha com gordura, a batata frita bem crocante ou aquele sorvete de leite ninho na casquinha deixam qualquer um com água na boca e o pensamento nas nuvens. Mas como diria o ditado, “tudo demais é veneno” e até mesmo a alimentação deve seguir regras para que o corpo não adoeça. Tomar cuidado é essencial, já que o sobrepeso e a obesidade cresceram muito nos últimos 10 anos. Dados da Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) mostram que a obesidade no Brasil passou de 11,8% em 2006 para 18,9% em 2016. O excesso de peso também subiu de 42,6% para 53,8% no período.
Ou seja, a cada cinco brasileiros, um está obeso e mais da metade da população está acima do peso. Isso reflete diretamente na saúde do cidadão. Ainda segundo a Vigitel, o diagnóstico médico de diabetes passou de 5,5% em 2006 para 8,9% em 2016 e o de hipertensão de 22,5% em 2006 para 25,7% em 2016.

Os números são alarmantes e as pessoas têm procurado diversas formas para “se cuidar”. Mas segundo o nutricionista Davi Trompieri, as dietas da moda nem sempre são as melhores opções. Existem diversas informações na internet sobre essas novas maneiras de perder peso, mas quais delas são verdadeiras e quais são falsas? Existem meias verdades?
A primeira coisa que Davi desmistifica é sobre o trabalho do nutricionista. Não, ele não serve apenas para “passar a dieta”, o profissional da saúde faz muito mais do que isso. Davi conta que o primeiro passo numa consulta é saber como está a composição corporal do paciente. “Medimos o percentual de gordura corporal e de massa magra e a partir disso é possível traçar objetivos e metas mais condizentes do que simplesmente uma redução de peso, por exemplo”. Ele pontua que o trabalho do profissional da nutrição é muito mais complexo do que simplesmente dizer o que a pessoa deve comer. “Uma consulta nutricional não é só passar uma dieta como muitas pessoas pensam, é o início de um tratamento para mudar o hábito alimentar de alguém”.

Segundo Davi, é importante medir a gordura corporal do paciente durante as consultas para melhor acompanhamento FOTO: JL Rosa

Davi esclarece que precisa entender a rotina diária do paciente. “Eu tenho que saber tudo o que ele faz, em cada horário, sendo bem condizente com a realidade”. Segundo ele, é a partir desses dados que o nutricionista consegue entender como é o gasto energético diário do paciente e quantas calorias ele precisa para manter o organismo funcionando e fazer atividades físicas. Entender os atuais hábitos alimentares do paciente também é fundamental. “Ele precisa falar quais alimentos ele gosta mais e os que ele não gosta, ou não pode comer por algum motivo, e quais desses ele tem disponibilidade para preparar”.
A partir do consumo, o nutricionista consegue calcular quantas calorias e quantas gramas de carboidrato, proteína e gordura ele ingere. Com essas informações ele pode identificar carências ou erros que podem estar induzindo a um mau resultado e montar um planejamento alimentar individualizado para o paciente. “Não é só o resultado inicial, tem que ser algo que ele consiga seguir a longo prazo para levar um estilo de vida diferente”. Ele explica que isso só é possível caso o paciente esteja disposto a seguir as indicações e voltar para fazer o acompanhamento. “A cada retorno a gente consegue ver quanto de gordura aquele paciente perdeu e quanto de massa muscular ele ganhou”.
Segundo Davi, existem muitos pacientes que têm um pensamento diferente em relação à alimentação. “Tem pacientes que buscam amparo emocional na comida, para tratar ansiedade ou tristeza”. O profissional exemplifica com as pessoas que têm dias estressantes e veem na comida um conforto. “O cara teve um dia ruim e quando chega em casa diz ‘eu mereço comer um chocolate’”.
É comprovado que alimentos açucarados liberam neurotransmissores, como a serotonina, que causam uma sensação de relaxamento. “Quando acabar o efeito da serotonina tudo volta ao que era antes e os problemas continuam do mesmo jeito”. O nutricionista pondera que os pacientes que persistem nesse tipo de atitude chegam em pouco tempo ao sobrepeso e à obesidade. Davi pondera que é necessário algumas ferramentas comportamentais para que o paciente mude o hábito.

Metabolismo e efeito platô



Segundo o nutricionista, a maioria das pessoas ganham peso hoje não porque têm um metabolismo lento, mas tem um comportamento que vai levar ao ganho de peso. “Existem as que têm maior facilidade de ganhar ou perder peso, mas mudando os hábitos com um estilo de vida saudável, aliado a atividade física, qualquer um consegue emagrecer”. Ainda sim o profissional explica que existem indivíduos com o metabolismo lento e outros mais rápido e relaciona que ao conhecer os hábitos do paciente, consegue identificar onde ele se enquadra. “Independente de acelerado ou mais devagar, eu consigo fazer o planejamento de acordo com o metabolismo de cada um”.
EFEITO PLATÔ: É a acomodação que o corpo faz para viver com poucas calorias. O indivíduo "estaciona" o processo de emagrecimento porque o corpo se acostuma com a nova condição
Ele pontua que os erros em dietas sem acompanhamento são frequentes por causa da falta desse tipo de informação. “Se o paciente que tem o metabolismo rápido comer pouco, ele pode desacelerar e estragar o metabolismo do organismo dele, isso acontece muito com quem faz dieta restritiva”.
Com isso, Davi esclarece que, nesse caso, a ação necessária para corrigir o problema é inversa ao que a maioria das pessoas pensa. O processo, segundo ele, é uma correção no custo metabólico através das calorias que o profissional indica na dieta baseado no gasto diário do paciente. “Para que aquela pessoa consiga perder gordura, a gente tem que fazer um aumento gradativo no consumo de calorias pro metabolismo voltar a ficar acelerado e ela conseguir emagrecer”.
O nutricionista pontua que dietas hipocalóricas geram uma perda inicial de peso considerável, mas que geralmente não é de gordura. "Durante a avaliação, fica claro que a perda de peso maior foi de de massa muscular e água". Segundo ele, o organismo entende que, com a pouca ingestão de calorias, o corpo deve poupar energia, entrando num estado de escassez. "A gordura corporal é como se fosse uma poupança no banco. Se você come poucas calorias, o organismo vai tentar economizar gordura, que é fonte de energia".
Com a perda de massa muscular e água, o metabolismo do indivíduo pode desacelerar, causando um efeito contrário. "Por mais que o paciente coma poucas calorias, ele não vai conseguir emagrecer porque vai entrar no estado de platô". Efeito platô é o nome dado à adaptação do organismo a algum estímulo. Nesse caso, é a acomodação que o corpo faz para viver com poucas calorias. "Chega um paciente consumindo somente 800 calorias e quando eu aumento a dieta dele para 1.500, por exemplo, ele consegue perder peso".
O profissional alerta que o aumento só é feito em conjunto com outros conceitos da nutrição, como os tipos de carboidratos, o consumo de proteínas e a distribuição desses nutrientes ao longo do dia. “Tudo isso junto vai estimular que o organismo utilize a gordura como fonte de energia”.
Fonte: Diário do Nordeste

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