OLHA SÓ! Facebook. Megagrupos aproximam intenções e histórias; resgatando o sucesso das comunidades do Orkut, os megagrupos do Facebook atingem até dezenas de milhares de usuários em perfis bem distintos; na Capital cearense, um dos maiores sucessos surgiu por acaso. Hoje com mais de 21 mil integrantes, o grupo fechado Alguém Conhece Alguém Que... (ACAQ); para os moderadores, os casos mais marcantes nesses meses de moderação foram o de uma moça que buscava um vestido de noiva para a irmã e de um rapaz que buscava a identidade de um senhor que tirara uma foto com o ator Antônio Fagundes na década de 1990. Ambos os casos tiveram retorno imediato





DOM 27/12/2015

Facebook. Megagrupos aproximam intenções e histórias

Nut Pereira, José Crescêncio e Jefferson Cavalcante (da esquerda para a direita): moderadores do "Alguém Conhece Alguém que..."
Resgatando o sucesso das comunidades do Orkut, os megagrupos do Facebook atingem dezenas de milhares de usuários em perfis bem distintos
Uma das queixas mais comuns após a derrocada do Orkut e crescimento do Facebook na internet brasileira foi o fim das comunidades, grupos temáticos centrados em temas específicos. Na rede social desativada em setembro de 2014, milhões de usuários anunciavam seu ódio matutino na Odeio Acordar de Manhã e milhares buscavam fazer download pirata de música no Discografias.

Já o Facebook, com alguns anos de atraso, vem se reinventando como fórum em megagrupos de mais de 10 mil usuários.
Em Fortaleza, um dos maiores sucessos surgiu por acaso. Hoje com mais de 21 mil integrantes, o grupo fechado Alguém Conhece Alguém Que... (ACAQ) foi criado como ferramenta para facilitar a busca por produtos publicitários. Um ano depois, o grupo virou um faz-tudo digital, com usuários tirando dúvidas e buscando ajuda de outros integrantes do grupo. Para o criador do ACAQ, o publicitário Jefferson Cavalcante, tudo foi uma grande surpresa. “Jamais pensei que daríamos entrevista sobre isso. Não achei a cura do câncer, só criei um grupo no Facebook”, brinca.

Com o aumento das demandas, hoje Jefferson administra o ACAQ ao lado do jornalista Nut Pereira e do estudante de Publicidade José Crescêncio. Para eles, os casos mais marcantes nesses meses de moderação foram o de uma moça que buscava um vestido de noiva para a irmã e de um rapaz que buscava a identidade de um senhor que tirara uma foto com o ator Antônio Fagundes na década de 1990. Ambos os casos tiveram retorno imediato, chegando sempre a uma resolução. “De certa forma, o grupo ajuda a mostrar algumas razões para se acreditar na humanidade”, defende Jefferson.

RegrasCom cerca de 11 mil integrantes e um grau mais acalorado de discussões, o Direitos Urbanos/Fortaleza (DU) foi criado por arquitetos e urbanistas cearenses no molde de outros grupos de debate sobre direito à cidade. Hoje, reúne profissionais de todas as áreas e convicções políticas, com embates ideológicos constantes.

Para o arquiteto Abner Augusto, administrador do grupo ao lado dos colegas José Otávio e Elton Sales, o principal papel da moderação é manter o foco do DU. Segundo ele, as regras são essenciais para a convivência, com a moderação se inserindo para apagar propagandas, posts repetidos e manter o fluxo das discussões.

Um dos mecanismos para a fluidez das discussões é a exclusão de usuários que quebrem as regras explicitadas. No DU, um quadro fixo de avisos soma as falhas de conduta de membros do grupo. Se o usuário chega a três, é obrigado a sair do grupo fechado.

José Otávio cita dois casos. “Um foi excluído por ser troll especialista, que comentava negativamente e diminuía os comentários de quem não pensava como ele. O outro bloqueou dezenas de pessoas que discordavam dele, de forma que os debates ficavam pela metade, e os posts sem contraponto”.

Apesar da presença de moderadores, a mediação é feita em conjunto com outros usuários. “Hoje, os membros ajudam, denunciam, avisam tudo para a gente”, agradece Abner, citando ainda encontros pessoais marcados entre usuários.

Essa interação é também bastante comum no ACAQ, que já tem quatro grupos derivados no Facebook e WhatsApp. Apesar das queixas após posts excluídos e reclamações por supostas posturas “ditatoriais” dos moderadores, a relação é quase sempre positiva. “O grupo só tem um critério (de exclusão), que é o respeito. A gente faz parte de um grupo que depende muito de confiança, é necessária coragem para pedir ajuda”, defende Crescêncio.

Nos casos mais polêmicos, os três se reúnem virtualmente para decidir como agir. “Tem horas que a gente parece professor do pré-escolar. Já abriram inbox comigo para reclamar que foram chamados de ‘feio’”, rememora Jefferson, em tom de brincadeira. Segundo eles, é importante ser o mais imparcial possível. 
Multimídia 

Para quem ficou interessado em grupos citados, os grupos fechados podem ser acessados nos links: Alguém Conhece Alguém Que (on.fb.me/1m6J9eJ); Direitos Urbanos | Fortaleza (on.fb.me/1mhG8aP). Outro ainda maior é o grupos de vendas Bazar Online Fortaleza (on.fb.me/1Oq85tG), com mais de 75 mil inscritos.
Fonte: O Povo Online













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