OLHA AÍ! Projetos socioeconômicos transformam realidade local e movimentam economia na Região Metropolitana, com apoio de uma mega empresa

Negócios do bem: de grande para pequenos

Projetos socioeconômicos transformam realidade local e movimentam economia na Região Metropolitana de Fortaleza





Uma simples oportunidade é que o falta para muitas ideias ganharem forma. Um empurrãozinho de quem já trilhou um longo caminho ou mesmo a boa vontade e condições de um “empreendedor do bem” para iniciar um negócio que tenha um impacto social pode ser a ponte para um mundo melhor.

Neste contexto, os negócios sociais ganham espaço no Brasil. Seja por meio de iniciativas de empresas já estabelecidas ou empreendimentos que estejam começando unicamente com o objetivo de transformar a realidade de uma região atingida por uma desvantagem econômica.

Diferente da filantropia, o empreendedorismo social pode ser entendido por negócios lucrativos que se proponham a resolver problemas sociais por meio da venda de produtos ou serviços, mas que o lucro não é seu principal objetivo. Para o coordenador do Centro de Empreendedorismo da Universidade Federal do Ceará (UFC), professor doutor em Engenharia Abraão Freires Saraiva Júnior, quando se fala em empreendedorismo, é possível destacar três grandes áreas: empreendedorismo de negócios, que visam somente o lucro; o intra-empreendedorismo, que é trabalhar novos negócios em empresas já existentes; e tem o que nós chamamos de empreendedorismo social.



“Quando se fala em empreendedorismo social não se pode abster da ideia de ter sustentabilidade econômica e ela é fundamentada no tripé: ambiental, social e econômica. Claro que o lucro, por si só, não é o principal, mas sem ele, a organização, mesmo sendo social, não é sustentável”, destaca o especialista.

Já para o coordenador de cooperação do Núcleo de Economia e Estratégia da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), Mário Gurjão, a maneira de investir em um negócio social é a principal diferença em relação aos empreendimentos mais comuns. “Você pode empreender sem a visão de lucro, mas também com ela. Quando a gente fala de uma série de iniciativas existentes no Ceará ou fora do estado, nem todas ganham dinheiro ou pelo menos o que se ganha é reinvestido para o objetivo para o qual foi criado. Esta é a forma mais conhecida de empreendedorismo social”, destaca Gurjão.

Mário Gurjão defende que é possível atual na área social e conseguir sustentabilidade econômica (FOTO: Divulgação/Fiec)

Ainda de acordo com o coordenador da Fiec, há uma forma mais recente de empreendedorismo social chamada de “negócios 2,5”, termo introduzido pelo economista bengalês Muhammad Yunus, fundador do Grameen Bank, negócio responsável por aliviar a pobreza um modelo bancário de microcrédito.

Nesta denominação, o negócio social pode ser rentável estrategicamente, sem precisar de subsídios de terceiros de forma continuada, mesmo tendo uma proposta clara de maximização do impacto social, isto é, promover a melhoria e atender a vida das pessoas de baixa renda de forma significativa.

Para Mário Gurjão, em suma, pequenas ou grandes empresas que trabalham com segmentos de baixa renda, como classes D e E, prestam serviços de qualidade e geram inclusão podem ser classificadas como sociais.
Ideia da gente

Foi acreditando na transformação por meio de estratégias sociais que a Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP) criou uma série de ações para melhorar a vida dos moradores das cidades de Caucaia e São Gonçalo do Amarante, localizadas na Região Metropolitana de Fortaleza.

O Ideia da Gente, que começou em 2013, teve, no Ciclo 1, 96 ideias inscritas. Destas, 30 foram selecionadas, 24 ONGs foram certificadas e oito projetos receberam o apoio da CSP, beneficiando diretamente 505 pessoas. No total, houve um investimento de R$ 715 mil. As atividades foram desenvolvidas entre junho de 2014 e julho de 2015 e as lideranças capacitadas para manter os projetos de forma autônoma e sustentável.

Já o Ciclo 2, que começa neste ano, prevê incentivos para nove projetos, selecionados de um total de 76 ideias inscritas. A expectativa é favorecer diretamente 493 pessoas com previsão de investimento de mais de R$ 1 milhão.

Nesta segunda edição, o Programa Ideia da Gente apoiará iniciativas que desenvolvam aquicultura, horticultura, avicultura caipira, culinária regional, economia solidária de produtos artesanais, socialização de idosos, carpintaria, folclore, formação em cinema e técnicas audiovisuais, além de oficinas culturais para crianças e adolescentes e a educação e o lazer de jovens.

“As entidades escolhidas não têm fins lucrativos, são legalmente constituídas e têm sede em Caucaia ou São Gonçalo do Amarante. Para participarem, devem estar em dia com as obrigações fiscais; ter capacidade para desenvolver as atividades propostas; disponibilidade para receber formação em elaboração de projetos sociais. O representante legal da entidade, o responsável pela proposta e o coordenador do projeto não podem ter vínculos com cargos políticos e/ou comissionados’, explica a Assessoria de Comunicação da CSP.

Entre os beneficiados está a Associação das Famílias do Pecém (Asfap). Com trabalhos iniciados em dezembro de 1988, a proposta do grupo é combater a mortalidade infantil em São Gonçalo por meio de ações como apoio pedagógico às mães, creche para crianças até 6 anos, atividades artísticas e palestras educacionais.

Registro feito na Asfap durante as ações do grupo. Ao centro, vestida de preto, a professora Maria Arandi é quem comanda as atividades gerais (FOTO: Arquivo Pessoal)

Segundo a presidente do projeto, professora Maria Arandi, o movimento começou com apoio do Fundo Cristão para Crianças e assim manteve-se até junho de 2012. Atualmente a Asfap apoia 300 crianças que já são apadrinhadas. “Buscamos a conquista da cidadania mediante a realização de projetos sociais, sem discriminação, mantendo parcerias com o poder público, instituições privadas, objetivando o desenvolvimento sustentável”, ressalta Maria Arandi.

Dentre os programas específicos da Asfap está o Caminhando para o Futuro. Com a implantação do Completo Industrial e Portuário do Pecém, surgiu a necessidade de capacitar jovens para o mercado de trabalho. “Nos reunimos e lançamos a ideia de um projeto de curso de informática, de inglês e apoio pedagógico para estudantes do 5º ao 9º ano. Com a seleção no Ideia da Gente, da CSP, o sonho virou realidade”, comemora a presidente da Associação.

Durante o período de execução, um parceiro operacional da Siderúrgica acompanha e dá suporte para a gestão do projeto, facilitando a realização de atividades, a captação de parcerias, o alcance dos objetivos e a prestação de contas. Os selecionados recebem suporte financeiro da Companhia Siderúrgica e firmam um Termo de Compromisso, em que são especificados o objeto e as atividades do projeto, os papéis e as responsabilidades das partes (entidade e CSP). Os projetos devem ter duração de 12 meses.

Para Maria Arandi, o impacto foi bastante produtivo. “Tivemos 120 jovens certificados nos cursos de inglês e de informática, além de 40 crianças beneficiadas pelo reforço escolar. Após o Caminhando para o Futuro, a maioria dos jovens que se qualificaram hoje encontram-se trabalhando ou estagiando nas empresas implantadas no Complexo Industrial e Portuário do Pecém. Com isso nós percebemos uma grande melhoria na situação econômica da nossa comunidade”, relata.




A Asfap por meio de parcerias com empresas privadas, como a CSP, proporcionam capacitação e lazer para crianças e jovens (FOTO: Arquivo Pessoal/Maria Arandi)







Antes do apoio da CSP, a Associação das Famílias do Pecém não possuía recursos suficientes para pagar os instrutores e o licenciamento dos cursos, segundo ainda Maria Arandi. “Senão fosse o ideia da Gente, não teríamos causado tantas melhorias na vida destes jovens. Me sinto muito feliz. pois quando ajudamos a transformar pessoas sabemos que estamos contribuindo para uma sociedade mais justa e equilibrada, onde todos sintam-se cidadãos de direitos e deveres”, diz a gestora do Caminhando para o Futuro, da Asfap.

A prova desta transformação é Liana da Silva Oliveira, de 24 anos. Até o ano passado, a jovem sabia somente o básico de informática, mas viu seu mundo mudar após as aulas que teve acesso durante o programa Caminhando para o Futuro.

Liana da Silva (à esq.) exibe com orgulho o certificado obtido na capacitação (FOTO: Arquivo Pessoal)

O convite para participar das aulas veio de uma amiga, que já era tutora da Associação das Famílias do Pecém. Curiosa e com força de vontade para adquirir conhecimentos, a revendedora de cosméticos não hesitou. “Quando ela me chamou, pensei comigo: não é todo dia que aparece uma chance como aquela”, relembra entusiasmada.

O contato com a tela do computador não foi estranho, pois Liana já tinha feito uma capacitação de quatro meses, mas, segundo ela, “não foi de nada”. “Foi tudo muito bom. Era um mundo novo, totalmente interessante. Eu queria muito saber mais, pois até as crianças de hoje em dia sabiam mais do que eu”, comenta a moradora do município de São Gonçalo do Amarante.

As aulas eram realizadas três vezes por semana: segunda, quarta e sexta-feira, este último voltado totalmente para prática e troca de ideias. “A sexta era o dia mais legal. As turmas se reuniam e a gente trocava experiências. Além da capacitação a gente fazia novas amizades”, diz Liana.


As aulas de informática abriram novos caminhos para jovens de São Gonçalo do Amarante (FOTO: Arquivo Pessoal/Maria Arandi)


Após os 10 meses de curso, a revendedora já sabe passar e-mail e aproveitou para criar uma conta no Facebook. Ela lamenta apenas o fato de não haver mais oportunidades como o Caminhando para o Futuro. “Aqui no interior o jovem não tem tanta oportunidade. Eu vejo tantos seguindo por outros caminhos, como as drogas, porque não têm nada que possa mudar o destino deles. Acho que o Ideia da Gente acabou salvando muitos destes que estavam sem rumo”, conclui.

No Ciclo 2 do Ideia da Gente, a Asfap participará com o projeto Trigo de Ouro Caraúbas, que capacitará moradores da comunidade do Sítio Caraúbas, distrito de São Gonçalo do Amarante. Na ocasião, homens e mulheres a partir de 18 anos que possuam baixa renda terão acesso a cursos na área de confeitaria para que possam empreender em negócios locais, fomentando a economia da região.
Caju em todas as formas

Embarra, no pote ou em forma líquida. Com conhecimento que vem sendo passado de geração em geração, mulheres fazem do pseudofruto tipicamente brasileiro uma verdadeira arte gastronômica. Nas mãos dos produtores artesanais do bairro Matões, em Caucaia, na Região Metropolitana de Fortaleza, o caju é matéria-prima para doces, sucos e a tradicional cajuína.

O projeto Produção Rural Alternativa de Caju (Pracaju), que assim como o Caminhando para o Futuro foi beneficiado pelo Ideia da Gente, vem mudando a realidade econômica da pequena localidade que sofre com o abandono do poder público.


O caju é rico em vitamina C e ferro. Depois do beneficiamento, preparam-se sucos, mel, doces e rapadura (FOTO: Bárbara Dieu)


A rotina começa antes do sol raiar e do galo preparar seu canto despertador. Sobre o solo ainda frio, mulheres caminham até o pomar para colher os frutos dos cajueiros que a seca ainda não levou. Cada caju é escolhido a dedo, literalmente, apesar da maioria ser bem aproveitada.

Com os baldes cheios, elas voltam para o engenho, que com sua estrutura ainda artesanal, serve de palco para o processamento dos frutos. “Aqui o trabalho começa cedo. Como nosso grupo é formado quase totalmente por mulheres, elas ainda têm que se dividirem entre o trabalho na Pracaju e o cuidado com os filhos. São mães solteiras que precisam ralar para garantir o pão na mesa”, explica a presidente da Associação de Desenvolvimento Comunitário de Baixa das Carnaúbas, Joselina Maria Lima, responsável pelo projeto.

O Pracaju vem promovendo a qualificação no manuseio e beneficiamento do caju através de cursos profissionalizantes para fomentar a economia. Por meio de uma iniciativa comunitária, moradores de Matões uniram-se para desenvolver as primeiras atividades no local. Apesar da Associação já contar com a produção de derivados do caju há algum tempo, o trabalho não era constante. “Antes do incentivo da CSP, a gente produzia apenas como uma atividade que já vinha de família. Somente para complementar a renda. Hoje, nosso produto chega a escolas e ONGs do estado”, relata a Joselina Maria.

O projeto conta com cerca de 20 mulheres que são remuneradas de acordo com as horas trabalhadas. Elas dividem-se entre colheita e processamento do caju. A renda vem, principalmente, da parceria com Governo Federal através do Programa de Aquisição de Alimentos, o PAA.

O PAA compra alimentos produzidos pela agricultura familiar, com dispensa de licitação. Esses alimentos são distribuídos gratuitamente a pessoas ou famílias que precisam de suplementação alimentar (porque estão em situação de insegurança alimentar e nutricional) e também a entidades de assistência social, restaurantes populares, cozinhas comunitárias, bancos de alimentos, entre outros. Os alimentos adquiridos pelo PAA também podem compor estoques públicos estratégicos de alimentos.



Em tempo de seca, cada colaborada recebe, em média, R$ 300 por semana. Valor ainda baixo, mas que deve aumentar com a ampliação das atividades. “O que a gente ganha ainda é pouco. Estamos funcionando somente há um ano com o trabalho inconstante devido à seca. Mas com as capacitações e novas parcerias, acredito que conseguiremos ganhar um pouco mais”, diz a gestora.

Um ano após os incentivos do programa Ideia da Gente, a Pracaju já começa a colher “novos” frutos. Além da venda do produtos para o Governo Federal, o comércio local já passa a adquirir os manufaturados para venda local. Para isso, o grupo passou por uma capacitação do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas no Ceara (Sebrae/CE). “O curso do Sebrae nos ajudou a criar um rótulo próprio e a tabela nutricional, além de uma nova visão de mercado”, relata a presidente da Pracaju.


A cajuína da Pracaju é um dos itens mais vendidos no comércio local da comunidade de de Matões, em Caucaia (FOTO: Divulgação)


Quem também aproveitou o conhecimento de família no processamento do caju, foi a revendedora de cosméticos Tereza Raquel, de 42 anos. Participando desde o começo do projeto Produção Rural Alternativa de Caju (Pracaju), ela viu sua renda familiar crescer com o trabalho na comunidade.

Às 13h em ponto ela começa suas atividades. Com um olhar apurado, ela escolhe os melhores frutos para a fabricação da cajuína. Aos poucos, a bebida tipicamente nordestina vai ganhando forma. Sem álcool e com uma cor amarelo-âmbar extraída da caramelização dos açúcares naturais do suco, Tereza Raquel garante que o produto é de qualidade. “Eu já fazia isso antes, mas não com todas estas máquinas disponíveis. Era tudo praticamente feito à mão, não tinha a mesma qualidade. O que a gente faz aqui [na Associação de Desenvolvimento Comunitário de Baixa das Carnaúbas], é muito gostoso”, afirma a funcionária voluntária.
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O sucesso de vendas dos produtos da Pracaju não é o único motivo da felicidade de quem colabora para o projeto. Segundo Tereza Raquel, muitas mulheres que viviam no ócio agora podem ter uma oportunidade de sentirem-se úteis. “Antes a gente ficava meio sem fazer nada. Aqui em Matões não tem tanta oportunidade. Apesar da venda dos produtos não ser a única fonte de renda, as mulheres estão ganhando uma chance de dar a volta por cima. Antes a gente vivia de bicos. Hoje tem trabalho todo dia, é só chegar”, comemora.

Para o futuro, Tereza sonha em tirar toda a renda do processamento de caju. Além disso, torce para que a associação construa uma creche para abrigar as crianças filhas das colaboradoras. “Mais na frente quero trabalhar mais do que as 4 horas que já trabalho. Sem precisar ter que ir pra casa para cuidar da minha filha. Ela pode ficar aqui pertinho de mim”, finaliza a profissional.









Produtos fabricados no Pracaju ganham aceitação no comércio local (FOTO: Divulgação)

Mais projetos

Foram 12 meses de crescimento, aprendizado, muito trabalho e também
de realizações e conquistas. O Programa Ideia da Gente encerrou o Ciclo 1 como o pontapé inicial para que os projetos sociais cresçam e continuem a beneficiar crianças, jovens, homens e mulheres. Conheça mais sobre outros projeto apoiados:




O projeto Lagoa das Cobras Confecções está estruturando uma cooperativa de corte e costura para a produção de confecções de cama, mesa e banho e modelagem plana. O primeiro passo para implantar o projeto foi adaptar o ambiente, com a construção de duas salas e reforma na própria sede da associação. Também foram adquiridos máquinas e materiais com base nas orientações técnicas do Senac, além de equipamentos de informática e mobiliário de suporte ao projeto. Para capacitar as mulheres da cooperativa, foram realizadas, em parceria com o Senac, duas turmas do curso básico de costura, para um total de 35 mulheres, e dois cursos de aperfeiçoamento (um de cama, mesa e banho e outro de modelagem plana) (FOTO: Divulgação)


Diante de oportunidades possíveis na própria região — como a chegada de um polo de confecção — o projeto Polo de Confecção Solidário, da Instituição Sócio-Comunitária da Agrovila (Isca), investiu na capacitação das mulheres de Caucaia no trabalho de corte e costura com foco na produção de fardamentos e na indústria de facção. Trinta mulheres do distrito de Sítios Novos, em Caucaia, foram beneficiadas. Em um ano, a sede do Isca foi adaptada e reformada para receber a cooperativa e cursos realizados: de corte e costura, serigrafia, design gráfico, gestão e marketing (FOTO: Divulgação)




O esporte pode mudar vidas. E é com esse objetivo que o Maré Alta vem apostando na promoção de escolinhas de bodyboarding, futsal, oficinas de artesanato e apoio pedagógico para 30 meninos e meninas da Taíba. O projeto atua no contra turno escolar e busca contribuir para o desenvolvimento educacional e social de crianças e adolescentes, fortalecendo a cidadania através do esporte e de atividades educacionais e culturais (FOTO: Divulgação)


Não basta ser bom de bola, é preciso ir bem também na escola. Com esse objetivo, 100 crianças e jovens do Cumbuco passaram a ter acesso à prática esportiva nas modalidades de futebol, capoeira e kite surfe e fomento à cultura e oficinas com o Bom de Bola e Criança na Escola, da Colônia de Pescadores Profissionais Artesanais e Aquicultores Z-07. O projeto acredita que assim está prevenindo o contato com vulnerabilidade de uma região com questões voltadas às drogas e exploração sexual infantil. (FOTO: Divulgação)

Em ação

O Programa Ideia da Gente está iniciando um novo ciclo. Após finalizadas as fases de inscrição de ideias, seleção, realização do curso em elaboração de projetos sociais e anunciado o nome dos nove projetos finalistas, é hora de colocar a mão na massa. Em sua segunda edição, o programa recebeu 77 inscrições, teve 30 entidades selecionadas para a capacitação e 24 projetos sociais concluídos.

Desde setembro, nove novos projetos começaram a ser apoiados pela CSP, contemplando tanto São Gonçalo do Amarante quanto Caucaia. A previsão de investimento é superior a R$ 1,2 milhão. Conheça cada um dos projetos:




Impacto social

A iniciativa privada pode ter um papel importante na melhoria dos serviços para a população. Mas, para esse papel é preciso ter um propósito. Para o coordenador de empreendedorismo da UFC, professor Abraão Saraiva, há várias oportunidades para investir, porém, são necessários alguns passos importantes para que um negócio social tenha sucesso.

“O primeiro de tudo é buscar capacitação. Mesmo sendo um negócio social há uma série de burocracias como questões tributárias, acesso ao mercado, noções de marketing que precisam ser atendidas previamente. Segundo, e não menos importante, é saber se realmente há campo para atuar”, explica o especialista cearense.

Além disso, de acordo ainda com o professor Abraão Fonseca, para que um empreendedor consiga atingir seus objetivos em uma jornada de impacto social, é necessário estar envolvido em um tripé essencial formado por sociedade, entes públicos e academia.

Já para coordenador de cooperação do Núcleo de Economia e Estratégia da Fiec, Mário Gurjão, atuar na área social exige pré-requisitos mais importantes até mesmo do que aqueles necessários para investir em um setor que o único objetivo é o lucro.
“A gente precisa acabar com esse preconceito que empreendedorismo social é negócio do coitadinho, o negócio do pobre. O negócio social exige também uma gestão complexa e a capacitação deve ser mais ainda nesta área, já que o empreendedor deve ter a capacidade de ler o ambiente”, (Mário Gurjão, Fiec)
Investindo no pequeno

Para o gestor do Sebrae, Joaquim Cartaxo, houve uma grande mobilização da campanha “Compre do Pequeno Negócio” no Ceará (FOTO: Divulgação)

Ao contrário do que muitos pensam, as micro e pequenas empresas têm um papel decisivo para promover o crescimento econômico do país. Comprar do pequeno negócio promove o desenvolvimento local e faz a economia girar fazendo com que tais empresas ganhem participação na fatia do mercado.

Além do impacto na economia, tal iniciativa ajuda a criar empregos e aumentar renda dos moradores de determinada região promovendo redução das desigualdades sociais. Para fomentar o pequeno negócio, o Sebrae lançou, em agosto deste ano, a campanha “Compre do Pequeno Negócio”.

De acordo com o diretor superintendente do Sebrae Ceará, Joaquim Cartaxo, o movimento atuou em duas frentes: de um lado, mostrou para o consumidor que, ao comprar de um pequeno negócio, ele ajuda a gerar empregos e a movimentar toda a economia [as mais de 10 milhões de micro e pequenas empresas brasileiras respondem por 27% do Produto Interno Bruto (PIB)]. Do outro, sensibilizou os pequenos empresários para que eles se tornassem mais eficientes e atendessem melhor aos seus clientes.

O Ceará ficou em sexto lugar no número de empresas cadastradas no Movimento Compre do Pequeno. Em todo o país foram mais de 181 mil empresas que aderiram à iniciativa. “Conseguimos cadastrar mais de oito mil empreendimentos em dois meses e envolver todos os setores produtivos, além de reforçar a parceria com sindicatos, associações e a sociedade de um modo geral, em torno das pequenas empresas. Foi gratificante, também, ver a mobilização em todos os municípios do estado. Só esclarecendo que o movimento continua”, comemora Joaquim Cartaxo.
Obras a todo vapor

Com a chegada da Companhia Siderúrgica do Pecém, o Estado do Ceará irá sediar a primeira usina integrada do Nordeste do Brasil, com capacidade de produzir 3 milhões de toneladas de placas de aço/ano utilizando como matéria-prima o minério de ferro. Como subproduto, irá gerar ainda 200 MW de energia elétrica.

As obras, que começaram em 2011, possuem prazo de conclusão para 2016. Toda a produção anual da CSP será adquirida pelos sócios, em contrato validado por 15 anos, sendo 1 milhão e 600 mil toneladas para a Dongkuk, 800 mil toneladas para a Posco e 600 mil toneladas para a Vale. De toda produção de energia elétrica, serão disponibilizados ao mercado nacional 36 MW e os demais serão utilizados para consumo próprio da usina.

Em vídeo publicado em agosto, a Companhia revela o andar das obras. Confira:

Reportagem: Felipe Lima


Fonte: Tribuna do Ceará 









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