Fortaleza, Maracanaú e outras cidades cearenses nunca tiveram tão quente; surpresa na maior temperatura registrada que até então não era considerada quente



FORTALEZA 30/11/2015

Nunca esteve tão quente em Fortaleza

O calor em Fortaleza neste que é o período mais quente do ano é agravado pela baixa de ventos, céu sem nuvens e maior incidência do sol. E o El Niño deve piorar a seca em 2016
Fortaleza está nos seus dias de mais calor — e quem não tem notado. Às 13 horas da última sexta-feira, 27, a estação de coleta de dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), no bairro Passaré, registrou 33,6°C. Foi a maior temperatura anotada em 90 dias na Capital. Dentro do monitoramento climático, estamos passando justamente pelo período mais quente do ano (de setembro a novembro).

O quadro é muito pior em cidades do interior do Estado, distantes do litoral. Algumas tiveram as máximas do ano acima dos 39°C, como Crateús (39,7°C — a maior no Ceará em 2015 até ontem), Jaguaribe (39,3°C) e Sobral (39,1°C).


A medição da Umidade Relativa do Ar (UR), que é quanto há de água em forma de vapor na atmosfera, também ajuda a entender o quanto estes dias estão literalmente “fervendo”. Em Barbalha e Campos Sales, ambas cidades do Cariri, a UR chegou a atingir 12%. É o nível equivalente ao que se verifica no deserto do Saara (11%), no continente africano. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que níveis de UR abaixo de 60% não são adequados à saúde humana.


“O Ceará todo neste período está com anomalia de temperatura máxima de 2°C a 3°C acima da média, principalmente no Centro Sul, Sul (Cariri), Inhamuns e Sertões de Crateús”, explica o meteorologista Leandro Valente, da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme). Raul Fritz, também meteorologista do órgão, diz que as temperaturas mínimas também estão acima das médias. Zero hora de ontem, a estação meteorológica do Passaré registrou 26,8°C de pico. “Nossas madrugadas também estão mais quentes”, indica.


Dificuldades para 2016
Leandro Valente diz que o segundo semestre é o período sem chuva no Estado, mas justifica que a sensação de calor e as altas nos termômetros são agravadas porque “estamos com um El Niño muito forte, há uma seca prolongada em andamento e os ventos nesta época também diminuem”. Além disso, sem nuvens, este é o período de maior incidência de raios solares. Isso ajuda a explicar por que a claridade também está maior e tão incômoda quanto o calor.

O El Niño, que é o fenômeno de superaquecimento das águas centrais do oceano Pacífico, está se igualando ao pior já registrado, de 1997. Semana passada, a temperatura do Pacífico batia 3,1°C acima do esperado para o período.


Por isso, há dificuldades projetadas para 2016 no Ceará. Hoje, os principais órgãos que monitoram tempo e clima no planeta trabalham com 90% de probabilidade de precipitações abaixo da média histórica na próxima quadra chuvosa (fevereiro a maio, média de 804,9 milímetros no período).


Os vapores quentes gerados pelo El Niño no Pacífico se deslocam até o Nordeste brasileiro e barram a formação de nuvens. Mesmo normal para este período, são tão poucas as nuvens atualmente que, em 90 dias, a maior precipitação registrada na estação meteorológica do Passaré acumulou 4,6 mm (às 8h de 2 de setembro).


O calor sentido em Fortaleza se junta ao que apontou a Organização Meteorológica Mundial (OMM) na última semana. Em nota, a agência internacional informou que 2015 é o ano mais quente já registrado (desde 1880). O mais quente até então era 2014. A alta na temperatura da Terra, o aquecimento global e a confirmação de extremos climáticos estão entre os temas discutidos na Conferência Mundial sobre o Clima (COP 21), em Paris.
Fonte: O Povo Online


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