OLHA SÓ! Cartão de crédito pode passar de vilão a herói se usado de maneira adequada. Especialistas dão dicas para isso

DÍVIDAS 31/08/2015

Retome o controle dos cartões de crédito

O cartão de crédito pode passar de vilão a herói se usado de maneira adequada. Especialistas dão dicas para issoRetomar o controle da vida financeira, para quem está endividado, não é fácil. Se o descontrole for por causa de cartão de crédito é preciso aprender a controlá-lo com um orçamento, por exemplo. O cartão apontado como vilão pode ser também um aliado se passar a ter um uso adequado.
Para o professor de Economia e Planejamento Financeiro, Eldair Melo, tudo começa com a mudança de comportamento. Além de se organizar, cortar gastos e traçar objetivos, ele recomenda fazer duas perguntas antes de comprar: eu necessito? eu posso? Se pelo menos uma das respostas for negativa, o consumidor deve se controlar. Explica que faz mau uso do cartão quem não paga o total da fatura e entra no crédito rotativo, saca dinheiro ou gasta mais do que o que pode pagar.


Eldair ensina que o consumidor deve aprender a negociar a anuidade e o limite também. Se o cartão estabelece um limite de R$ 5 mil mas a pessoa só pode pagar até R$ 3 mil precisa fazer com que seja limitado a esse valor para não ter a tentação de gastar mais.


O economista da Boa Vista SCPC, Flávio Calife, concorda. Para ele, é preciso estar consciente de que o prejuízo em não pagar o valor total é muito grande. Destaca que se não pagar o total da fatura o cartão deixa de ser vantajoso.


Os dois especialistas recomendam recorrer a um empréstimo consignado ou pessoal, que têm juros mais baixos, para quitar a dívida. Eldair sugere que o consumidor mantenha apenas um cartão, onde poderá concentrar e controlar os pagamentos.


O consultor financeiro Samuel Magalhães destaca que o primeiro passo para ter o controle da vida financeira é conhecê-la a fundo. Observa ainda que o consumidor precisa entender que o cartão de crédito em si não é benéfico, muito menos prejudicial para as finanças. “É só uma ferramenta de pagamento que deve ser usada com prudência”.


Para sair do vermelho, ele cita alguns passos: listar todas as dívidas, especificando o valor total devido, o juros de cada parcela e o número de parcelas restantes; descobrir qual a real Capacidade de pagamento. Ou seja, saber quantas das dívidas o valor que a pessoa recebe por mês é suficiente para pagar. Além disso, sugere negociar com os bancos a redução dos juros. Outra orientação é traçar um plano de pagamento, priorizando as dívidas com juros mais elevados e as de menor valor.


Para o economista José Maria Porto, um dos maiores aliados no planejamento financeiro pessoal é o uso racional do cartão de crédito. Ressalta que, apesar de ele ser o vilão dos juros altos para quem usa o crédito rotativo, possui diversas vantagens para quem sabe utilizá-lo: prazo de pagamento das compras de, em média, 40 dias, parcelamento de até dez vezes e concentração de todas as despesas em um único extrato, além da possibilidade de acompanhamento dessas despesas no site.
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Os juros mais altos


A taxa média de juros no rotativo do cartão de crédito alcançou o patamar recorde de 395% ao ano em julho, segundo o último levantamento divulgado pelo Banco Central.


O índice é o mais alto entre as modalidades de crédito e mostra elevação.


Um ano antes, a taxa estava em 308% ao ano.


A taxa média do cheque especial também subiu e fechou o mês passado em 247% ao ano, segundo o BC. Esse é o maior valor desde novembro de 1995, quando estava em 252% ao ano.
Fonte: O Povo Online





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