ADOLESCENTE QUE MATOU A MÃE, DISSE QUE QUERIA MAIS LIBERDADE COM O NAMORADO

Uma adolescente de 17 anos é acusada de matar a própria mãe, de 43 anos, no Cachambi, Zona Norte do Rio. O crime teria acontecido no último dia 25 de maio. Ela afirmou em depoimento à polícia que teve a ideia de cometer o assassinato para ter mais liberdade com o namorado, Daniel Duarte Peixoto, de 20 anos. Segundo policiais da 32ªDP (Taquara), na quarta-feira anterior ao crime, a telefonista Adriana Rocha de Moura Machado, de 43 anos, teria proibido a filha de receber Daniel em casa depois que ele rasgou uma foto da família por ciúme.
A polícia, no entanto, investiga se o casal, que está junto há quatro meses, teria planejado o crime por interesse em R$ 15 mil, valor de um seguro da vítima. Os dois foram detidos na tarde de quarta-feira, após uma longa investigação que começou quando a garota prestou queixa pelo desaparecimento da mãe, numa tentativa de despistar os investigadores. O delegado Antônio Ricardo Nunes, titular da 32ª DP (Taquara), disse que os dois confessaram o crime depois que a polícia teve acesso às câmeras de segurança que mostravam o deslocamento do carro do rapaz no dia do crime. Eles também tiveram o sigilo telefônico quebrado.
— Eles foram caindo em várias contradições. Sabíamos que eles eram suspeitos, mas não os tratávamos assim para que eles pudessem falar. Depois de apresentarmos as provas que tínhamos é que o casal confessou. Mas posso afirmar, ela é a mentora do crime. É uma pessoa fria e calculista — disse o delegado, que contou que as duas moravam sozinhas e dormiam na mesma cama.
Adriana foi atacada pela filha, que luta muay thai, enquanto dormia, com um golpe conhecido como 'mata-leão'. Desacordada, a mulher foi asfixiada pela filha e pelo namorado dela com um saco plástico. Juntos, os dois deixaram a casa, na Rua Menezes Vieira, e ainda passaram num posto de gasolina próximo, onde compraram um galão de álcool. Eles colocaram o corpo no carro de Daniel e foram até um terreno abandonado em Duque de Caxias, onde o queimaram.
A mãe trabalhava como atendente de uma empresa de táxi. A melhor amiga de Adriana, Fabiana Lopes, de 32 anos, contou que no dia seguinte ao desaparecimento ela ainda tentou consolar a jovem.
— Eu a tomei nos braços, como uma filha, para consolá-la. Fiquei com os dois sozinhos em casa. Podiam ter me matado. Ainda chamei a adolescente para ficar comigo, na minha casa — contou Fabiana, que lembrou ainda de um pedido feito pela amiga. — Um dia levei a minha amiga ao hospital com um problema de tireóide e ela havia me pedido para que se acontecesse qualquer coisa, que eu cuidasse da filha dela. Não acredito no que aconteceu. Nem que ela tenha seguido a cabeça do namorado. Se tem um monstro nessa história, é a garota, pois é a mãe dela que está morta.
De acordo com um parente, um dia antes de ser presa, a adolescente teria anunciado que pretendia se casar com o namorado, segundo informações do site do jornal “Extra”. De acordo com familiares, a jovem não se mostrava preocupada com o sumiço da mãe.
— Estamos em estado de choque. Nunca imaginamos que uma menina que cuidei desde bebê, que sempre recebeu muito carinho, fosse capaz disso — emocionou-se a tia de Adriana, a dona de casa Regina Célia Machado Matos.
A menor foi levada para o Degase. Já o namorado dela foi levado pelos policiais para a Polinter. Ele pode pegar de 20 a 30 anos de prisão.
Crime semelhante em São Paulo
O caso é semelhante ao que aconteceu em outubro de 2002, em São Paulo, quando Suzane Von Richthofen, na ocasião com 19 anos, matou os pais junto com o namorado e o irmão dele, os irmãos Daniel e Cristian Cravinhos de Paula e Silva, respectivamente. Suzane e Daniel chegaram a comparecer ao enterro de Manfred e Marísia Richthofen, mas foram presos dias depois do crime. Daniel e Cristian confessaram que mataram o casal, que dormia, com golpes de barra de ferro. Suzane planejou o crime. Manfred e Marísia eram contra o namoro da filha Suzane com Daniel Cravinhos.
Suzane e os irmãos Cravinhos foram condenados, em julho de 2006, pelos crimes de homicídio triplamente qualificado e furto. Suzane foi condenada a 39 anos. Ela está presa na cadeia de Tremembé, no interior de São Paulo. Na cadeia, ela virou pastora envagélica e se tornou amiga de Anna Carolina Jatobá, acusada da morte da enteada, a menina Isabella Nardoni.


 

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