SINDICATO E USUÁRIOS APONTAM LINHAS DE ÔNIBUS MAIS PERIGOSAS NA GRANDE FORTALEZA: EM MARACANAÚ SÃO AS LINHAS DO ACARACUZINHO E JEREISSATI II


Motoristas, cobradores e passageiros de ônibus na Grande Fortaleza apontam as rotas mais focadas pelos assaltantes. Os relatos são de uma insegurança constante, independente da hora
Cresceram tanto os assaltos a ônibus em Fortaleza e Região Metropolitana que tão recorrentes quanto os ataques são os depoimentos de pavor decorrentes deles. Seja nas linhas que cortam a periferia ou nas que rodam bairros tidos como de alto poder aquisitivo, são muitos os relatos de passageiros e profissionais do sistema público de transporte.
São eles quem listaram os itinerários mais perigosos dos coletivos da Capital diante da inexistência de um levantamento do tipo feito pelo sindicato das empresas que ofertam o serviço (Sindiônibus) e a Empresa de Transporte Urbano de Fortaleza (Etufor).
Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Ceará (Sintro), Domingo Neto, cinco linhas da Capital são consideradas críticas por registrarem pelo menos um assalto todo dia. São elas: Granja Portugal; Conjunto Ceará/ Antônio Bezerra I; Conjunto Ceará/ Antônio Bezerra II; Conjunto Palmeiras; e Caça e Pesca, onde o motorista César Carlos Matos da Silva, 44, levou um tiro no olho na última terça-feira, 23, durante assalto praticado por dois adolescentes. Um dia depois, o Sindiônibus divulgou relatório apontando crescimento de 394% nas ocorrências do tipo no primeiro trimestre de 2013, em relação ao mesmo período de 2012.

Na rede social Facebook, pelo menos 153 pessoas participaram até ontem de enquete lançada pelo O POVO sobre qual rota de ônibus podia ser considerada a mais perigosa de Fortaleza. A linha Conjunto Ceará/ Aldeota foi a mais citada pelos internautas, que também citaram outras 33 (ver quadro). “A cidade está um paraíso para a bandidagem e um verdadeiro inferno para as pessoas de bem”, criticou Daniel Camelo. “A insegurança é total. Estamos a mercê de tantos bandidos. Acordem, autoridades”, acrescentou Maria Costa Filha.
Tanto o sindicato patronal quanto dos trabalhadores do sistema acionaram a Polícia Militar em busca da adoção de medidas que amenizem essa sensação de insegurança. “No Conjunto Ceará, a gente tem é de seis a nove assaltos todo dias. No último domingo, foram nove. Mas tivemos a promessa do Comando (da PM) de que iam aumentar o efetivo nas linhas mais perigosas. Disseram pra gente ficar tranquilo”, cita Domingo.
O POVO tentou falar com o comandante da Polícia Militar, coronel Werisleik Matias. Ele não atendeu à primeira ligação e se disse impossibilitado de falar numa segunda tentativa. O relações públicas da PM, tenente-coronel Fernando Albano, não atendeu nenhuma das quatro ligações feitas pela reportagem.
Já a assessoria da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) disse não ter conhecimento das medidas que serão implementadas pela Polícia para reduzir a violência nos coletivos de Fortaleza.

Linhas

Linhas perigosas listadas pelo Sintro:
Granja Portugal; Conjunto Ceará/ Antônio Bezerra I; Conjunto Ceará/ Antônio Bezerra II; Conjunto Palmeiras; e Caça e Pesca

Listadas pelos internautas:
Conjunto Ceará/Aldeota; Siqueira/ Conjunto Ceará; Caça e Pesca/Papicu; Grande Circular I; Grande Circular II; Nova Assunção/ Francisco Sá; Jardim Guanabara; Messejana/Pedras; Quintino Cunha/Antônio Bezerra; Antônio Bezerra/Unifor; Conjunto Senador Carlos Jereissati I; Conjunto Senador Carlos Jereissati II; Acaracuzinho; Antônio Bezerra/ Náutico; Siqueira/ Mucuripe; Circular; Conjunto Palmeiras/Centro; Siqueira/ Praia de Iracema; Praia do Futuro; Serviluz/ Caça e Pesca; Siqueira/ Mondubim; Aldeota/ Conjunto Santa Terezinha; Cidade dos Funcionários/ Jardim das Oliveiras; Sargento Hermínio; Papicu/ Praia do Futuro; Messejana/ Parangaba; Antônio Bezerra/ Mucuripe; Antônio Bezerra/ Messejana; Conjunto Ceará/ Papicu/ Via Montese Padre Andrade; Parangaba/ Oliveira Paiva/ Papicu Antônio Bezerra/ Lagoa/ Unifor; Castelo Encantado; Jardim Castelão

Saiba mais
Após ser submetido a uma cirurgia na última quarta-feira, 24, o motorista César Carlos Matos da Silva foi transferido para um hospital particular. O estado de saúde é considerado grave, mas estável.
Apesar do clima de insatisfação com a falta de segurança nos ônibus, Domingo Neto garante que o Sintro não planeja colocar em pauta uma greve da categoria em decorrência disso. Outras paralisações a exemplo das ocorridas em três terminais na última terça, 23, por conta do assalto a César Carlos, porém, podem acontecer se a PM não cumprir a promessa de melhorar o efetivo nos locais mais problemáticos.
A Etufor diz que faz o planejamento das medidas de segurança para os ônibus, mas a execução fica a cargo do Sindiônibus. O empresariado, por sua vez, diz ter investido R$ 30 milhões em oito anos e cobra melhorias por parte da Polícia Militar.

Serviço
Onde denunciar assaltos a ônibus para o policiamento ser reforçado
Ciops: 190Sindiônibus: 4005 0990
Sintro: 3254 6198Etufor: 3452 9228






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