SAIBA PORQUE AS MULHERES TÊM MAIS DIFICUIDADE DE EMAGRECER

Questão está ligada à maternidade, pois ciclos hormonais visam ambiente propício à gestação

As mulheres têm realmente mais dificuldade em emagrecer do que os homens. Isso acontece por razões fisiológicas, genéticas e hormonais. Segundo a endocrinologista Myrna Campagnoli, uma das causas é o fato de as mulheres terem predomínio de massa gordurosa em relação à massa magra (músculos). Isso faz com que o metabolismo basal seja mais lento, pois os músculos consomem mais energia para seu metabolismo e contratilidade.

— Assim, o gasto energético durante a atividade física, por exemplo, é menor em mulheres do que em homens, se forem comparados públicos da mesma idade, estatura e peso — afirma.

A especialista descreve que as menores taxas de testosterona e as elevadas taxas de estrogênio predispõe também ao acúmulo de massa gordurosa em detrimento à massa muscular, perpetuando o ciclo. Além disso, nas mulheres a atividade da leptina, o hormônio que estimula a saciedade e o gasto energético, é mais lenta. Um outro motivo, segundo a médica, é o fato de as mulheres serem mais suscetíveis a grandes oscilações hormonais durante toda a vida, o que traz variações metabólicas importantes. Na menopausa, por exemplo, a baixa produção de hormônios sexuais estimula a produção de uma enzima, conhecida como Aldh1a1, que age estimulando a produção de gordura.

Ela lembra ainda que existem hormônios específicos que causam esta disposição da mulher para dificultar o emagrecimento. O estrógeno, os andrógenos, a leptina e a insulina são os principais hormônios envolvidos. Estes hormônios são suscetíveis às oscilações hormonais típicas do sexo feminino e da etapa de vida reprodutiva em que a pessoa se encontra, como adolescência, menacme e menopausa, e até das flutuações mensais relacionadas ao ciclo menstrual.

— A variabilidade hormonal também pode estar relacionada à alimentação, atividade física e à presença de doenças como o diabetes — revela a médica.

Myrna reforça que mulheres com uma dieta rica em gorduras e carboidratos e baixo nível de atividade física acabam tendo uma predisposição ao desbalanço destes hormônios. É um ciclo de piora, afirma. Quanto mais se ganha peso, mais se desequilibra o sistema endócrino. A endocrinologista esclarece que a dificuldade de emagrecer também está atrelada à maternidade, já que todos os ciclos hormonais na vida fértil da mulher visam criar um ambiente propício para uma gestação.

— O estrógeno, principal hormônio sexual feminino, estimula a manutenção da proporção maior de massa gordurosa. Mas vale ressaltar que este estímulo não tem por finalidade a obesidade. Os hormônios e o metabolismo mantêm o organismo dentro de limites normais de massa gordurosa e muscular. O excesso de gorduras advém de erro alimentar e da inatividade física.

A médica argumenta que a dificuldade em emagrecer é inerente ao sexo feminino. Todavia, mulheres que melhoram a proporção entre massa gordurosa e massa magra, controlando a dieta, minimizam, e muito, esta desvantagem biológica. Para ela, emagrecer com saúde requer mudanças de hábitos de vida. Atividade física regular e alimentação disciplinada são os principais ingredientes de um emagrecimento saudável. A alimentação deve ser variada, em intervalos de aproximadamente 3 horas e em quantidades moderadas.

A endocrinologista reforça que a atividade física regular proporciona gasto energético durante e após a sua realização. De acordo com ela, alguns estudos sugerem que as mulheres devem iniciar a atividade física com um aquecimento de curta duração (atividade aeróbica), realizar a atividade localizada e finalizar com um período de nova atividade aeróbica, um pouco mais longa que a inicial. Desta forma o gasto energético será otimizado.

— Uma boa noite de sono e atividades de lazer também contribuem para uma vida mais saudável — finaliza.


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