PEIXES MORREM NA LAGOA DO MINGAU NO CONJUNTO INDUSTRIAL EM MARACANAÚ CONTAMINADOS POR UM LÍQUIDO ESCURO
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Origem do problema seria subestação de tratamento da Cagece; moradores reclamam da poluição do manancial
As
centenas de peixes mortos na Lagoa do Mingau, em Maracanaú, formam um
cenário entristecedor que surpreendeu os moradores. O problema foi
identificado pela comunidade do bairro Conjunto Industrial, na manhã da
última terça-feira (26), quando os animais começaram a subir à
superfície em busca de oxigênio devido ao vazamento de um líquido escuro
da subestação de tratamento da Companhia de Água e Esgoto do Ceará
(Cagece), próxima ao manancial.
População aproveitou o incidente para capturar os peixes que
tentavam sobreviver e levá-los para casa. Algumas pessoas saíram com
sacolas cheias.
Muitos aproveitaram o
incidente para matar os peixes que tentavam sobreviver e levá-los para
casa. Alguns saíram com sacolas cheias de espécies como cará-tilápia,
traíra e curimatã, a maioria pescada a pauladas.
"Só o que tinha era gente catando peixes para comer. Acho perigoso,
porque eles podem estar envenenados. A gente vê que a água está muito
escura", destaca o auxiliar administrativo Deoclécio Martins, 28 anos,
morador do bairro.
O estudante Nicolas Almeida, 15 anos, por
exemplo, pegou nove traíras vivas e levou para a casa de um vizinho que
tem um tanque. Segundo o garoto, cada uma pesava cerca de 1,5 Kg.
"Tomara que alguns peixes consigam sobreviver, porque eles servem de
alimento para muita gente", torce. Ontem, moradores ainda capturavam
peixes que agonizavam tentando respirar ou retirava as espécies mortas
para evitar o mau cheiro.
PuniçãoVereadores
do município foram à lagoa para verificar a situação e garantiram aos
moradores que levariam o caso para debate na Câmara Municipal de
Maracanaú, com o objetivo de que o responsável pelo dano ambiental seja
devidamente punido.
Quem passa às margens da Lagoa do Mingau, na
Avenida Edson Magalhães, pode observar, além da mancha escura e dos
peixes mortos, uma grande quantidade de aguapés que denunciam a poluição
da água. São copos descartáveis, latinhas de metal, garrafas plásticas e
até cadeiras e pneus velhos. Ao longo do calçadão, não existe nenhuma
lixeira.
A lagoa, explicam os moradores, é uma fonte de
sobrevivência para várias pessoas de baixa renda da cidade. Eles não
negam que a população também é culpada pela situação em que se encontra o
manancial, que já foi ponto para banho, principalmente, aos fins de
semana.
Por outro lado, criticam a falta de fiscalização da
Prefeitura sobre aqueles que não cuidam dos recursos naturais do
município e também pedem a limpeza do manancial, que estaria há quase
quatro anos sem receber manutenção.
ResponsabilidadeA
Prefeitura de Maracanaú, por meio da Secretaria de Meio Ambiente
(Semam), informou que encaminharia, ainda na tarde de ontem, um auto de
constatação e outro de infração à presidência da Cagece, além de
protocolar denúncia-crime junto ao Ministério Público para que a
companhia seja responsabilizada pelo problema.
"Vamos lutar para
que a Cagece despolua a lagoa, essa é a nossa questão central. É a
segunda vez que isso acontece, mas os prejuízos são maiores agora",
declara o titular da Semam, Marcos Vieira, adiantando que técnicos da
Prefeitura identificaram que o fato ocorrido está ligado a falhas do
extravasador daquela subestação.
Com relação ao consumo dos
peixes, a Prefeitura garantiu que enviaria guardas municipais ao
manancial para orientar os moradores e impedir a prática, pois os
animais podem estar contaminados e acarretar problemas à saúde da
população. Sobre a limpeza da lagoa, a Semam garante que esta é feita
periodicamente.
Em nota, a assessoria de imprensa da Cagece
afirmou que o órgão ainda não tomou conhecimento de nenhuma ação por
parte da Prefeitura de Maracanaú. Por isso, a empresa só vai se
pronunciar quando for notificada.
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