Apostas, games e pornografia: tecnologia favorece novas expressões de dependências comportamentais, segundo especialistas
A evolução dos jogos, cada vez mais viciantes, com plataformas online 24 horas, intensa publicidade, design atraente, facilidade de pagamento e diversos tipos, potencializa ainda mais esse cenário – e o desenvolvimento do transtorno do jogo. Há um novo paradigma de vício comportamental impulsionado pelas bets, conforme a psicóloga.
— As pessoas não têm muita noção do caráter de dependência, do transtorno de jogo, que essas apostas estão levando — alerta Maria Paula.
Consequências
Os critérios do transtorno são semelhantes aos do uso de drogas e incluem a perda de controle, jogar para lidar com emoções negativas, a persistência, a tolerância, a abstinência e a fissura. Características de jogadores com transtorno do jogo incluem negação, dissociação, impulsividade e culpa.
A psicóloga ressalta que o vício traz diversas consequências negativas, como dívidas e ideação suicida. Em sua exposição, Maria destacou que os profissionais de saúde mental devem trabalhar para que as pessoas entendam que se trata de um problema e que podem pedir ajuda, mesmo que, muitas vezes, sintam vergonha.
Maria também enfatizou a importância da intervenção precoce e do tratamento multidisciplinar com psicoterapia, intervenção motivacional, grupos de autoajuda, treinamento de habilidades para lidar com frustrações, manejo financeiro, orientação familiar e, quando necessário, tratamento médico para comorbidades associadas.
— As pessoas estão apostando, achando que é brincadeira, e só percebem quando sai do controle — salienta.
Transtorno do jogo eletrônico
Outra dependência comportamental abordada no painel foi o transtorno do jogo eletrônico, que se diferencia do simples ato de jogar – na maioria das vezes benéfico –, aponta o psiquiatra gaúcho Daniel Spritzer.
O médico detalha os critérios diagnósticos para essa condição: comprometimento do controle, priorização crescente e persistência apesar de prejuízos em um padrão contínuo, que deve persistir por pelo menos um ano. Os prejuízos podem ser sociais, acadêmicos, ocupacionais e à saúde.
Os riscos de desenvolvimento do transtorno são maiores entre homens, adolescentes e jovens adultos. Há também fatores de risco individuais, familiares, ambientais e relacionados aos próprios jogos, como mecanismos de recompensa intermitentes.
No aspecto das compras, o transtorno converge com os jogos de apostas. Existe ainda uma relação bidirecional de riscos relacionados a comorbidades, como ansiedade, TDAH e depressão.
Spritzer sugere abordagens de avaliação e tratamento, que incluem terapia cognitivo-comportamental, terapia familiar e farmacoterapia para comorbidades, sempre com escuta respeitosa. Ele também destaca estratégias de prevenção, como a supervisão parental, educação digital, políticas públicas e o uso positivo dos games.
— É um fenômeno complexo, dificilmente consegue resolver de maneira tão fácil como gostaria — informa.
Uso problemático de pornografia
O evento abordou, ainda, o uso problemático de pornografia, consumida, em sua maioria, por homens. O psiquiatra Thiago Roza discutiu como as revoluções tecnológicas, especialmente os smartphones, transformaram o consumo de pornografia, tornando-o mais acessível e diversificado.
Segundo o especialista, o conteúdo é visto como uma das maiores formas de gratificação sexual e entretenimento na atualidade.
Os homens têm o primeiro contato com a pornografia, em média, aos 13 anos de idade. A prática pode ter desfechos adversos como impotência, baixa libido, ejaculação precoce, redução da sensibilidade ao prazer, dificuldades de produtividade, depressão, condicionamento sexual negativo e superestimação da novidade, o que pode levar à perda de interesse no sexo tradicional.
— Em parte explica a grande onda de disfunção erétil em homens jovens — ressalta Roza.
A condição não está descrita no DSM-5 (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais - 5ª edição), mas é englobada no CID-11 dentro de um espectro mais amplo chamado Compulsive Sexual Behavior Disorder (CSBD).
Na palestra, o psiquiatra questionou a necessidade de um diagnóstico distinto e defendeu sua classificação como vício comportamental. Isso porque a condição inclui critérios de adição, como saliência (quando se torna parte central da vida), tolerância, regulação do humor, abstinência, conflitos pessoais ou interpessoais, recaídas e lapsos. Contudo, ele ponderou que nem todos os consumidores relatam desfechos negativos.
O médico também abordou tratamentos existentes, como intervenções psicológicas, psicossociais e farmacológicas. Ele sugeriu estratégias práticas para o manejo clínico, como bloqueadores de conteúdo, engajamento em atividades sociais, planejamento de rotina e atividade física.
(Com informações do GZH)
#Artigo_semanal_em_30_06_2025
MAIS UM PERÍODO DE FÉRIAS NO MEIO DO ANO, PODERIA A PREFEITURA DE MARACANAÚ REFORMAR AS ESCOLAS, QUE PARTE DA REDE PÚBLICA NÃO TEM CONDIÇÕES DE FUNCIONAREM DA FORMA QUE DEVERIA SER
Proporcionar Educação Pública com qualidade deve ser sempre obrigação dos gestores públicos. Jamais os recursos públicos devem ser canalizados mais para outras ações, em detrimento ao ensino-aprendizagem para as crianças e adolescentes, mais ainda, em se tratando da educação pública municipal. Cuidar das escolas públicas é fundamental para dar as condições ideais para estudantes conseguirem a devida formação escolar. A gestão municipal que não faz isso demonstra incapacidade, pois a área da educação é essencial. Deveria quem não consegue fazer isso começar a ter dignidade e não prejudicar a população. Que não fizesse de tudo para se perpetuar no poder. Ao iludir os/as munícipes com pão e circo. Atrasando a vida de parte da população que não tem a educação pública que necessita para apropriar-se de uma boa formação escolar, cidadã, socialização e desenvolvimento pessoal. EM MARACANAÚ, O PERÍODO DE FÉRIAS ESCOLARES PASSA LONGE DE SER DO JEITO QUE A CONDIÇÃO DE RECURSOS PÚBLICOS DA PREFEITURA DEVERIA PROPORCIONAR. As escolas públicas, em duas décadas, não recebem a aplicação de recursos necessária para termos uma geração com uma formação digna de ter uma juventude bem-preparada para os desafios na vida adulta. Porque quem comanda a cidade não cumpre com o seu dever, como reza a Constituição Federal. Em vez de gastar muito com coisas que não são prioridade, deveria ser referência na educação. Muito mais futuro para a população. Quando poderemos ter uma gestão municipal que cumpra com essa obrigação? MOVIMENTO ELEITOR PARTICIPATIVO (EL-PARTICIPO) traz Um Novo Olhar para Maracanaú, EMPODERANDO quem contratou, no pleito eleitoral, funcionários políticos.
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