SEM TETOS EM MARACANAÚ: Representante do dono do terreno fala sobre o despejo das famílias na ocupação do MTST na Pajuçara que ocuparam uma Creche Municipal; Prefeitura também veio ao púbico e diz que prometeu cadastrar 300 familias no Programa Municipal de Moradia


HABITAÇÃO 28/03/2015

Grupo é expulso de terreno privado e ocupa creche em Maracanaú

Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) foram expulsos, na madrugada de ontem, do loteamento privado no Pajuçara Park, que ocupavam em Maracanaú, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). Há duas versões distintas sobre o contexto em que ocorreu a história.

Segundo o coordenador do MTST de Maracanaú, Carlos Augusto Melo, homens armados e encapuzados teriam chegado ao local e obrigado que cerca de 150 famílias se retirassem do terreno.


A quantidade de pessoas no local, contudo, é contestada pela empresa proprietária do terreno - a João de Barro. Segundo o representante da empresa, Caio Bianchi, havia 12 pessoas no local, que estariam preparando o terreno para a invasão. Bianchi informou que essas pessoas foram expulsas por seguranças privados contratados pela empresa.


O representante da empresa proprietária disse ainda que as 150 famílias teriam chegado ao local só pela manhã, acompanhadas do vereador João Alfredo e do deputado Renato Roseno (ambos do Psol).


Com o despejo, os desabrigados passaram a ocupar o prédio de uma creche que está em construção na esquina da rua Ayrton Senna com a Sete de Setembro, também em Maracanaú.


Conforme o coordenador do MTST de Maracanaú, as famílias estariam acampadas no loteamento desde o dia 18, mas não pretendiam permanecer no terreno. Segundo Carlos Augusto Melo, elas pleiteiam a inclusão em projetos do programa Minha Casa, Minha Vida.


O representante da empresa proprietária do terreno, Caio Bianchi, defendeu que a desocupação ocorreu dentro da legalidade, pois apenas foi exercido o direito constitucional de defesa da propriedade. Ele informou ainda que não havia assentamento instalado, mas bandeirinhas demarcando o espaço para que viesse a ocorrer a invasão.


Bianchi informou que a segurança privada contratada pela empresa chegou ao terreno acompanhada de dois advogados.


Segundo a Prefeitura de Maracanaú, houve reunião, na terça-feira, 24, entre a gestão e o MTST. No encontro o Município teria se comprometido a cadastrar 300 famílias no programa municipal de moradia e checar as que já são inscritas para dar prioridade aos desabrigados. Em relação à nova ocupação, a Prefeitura informou que a creche seria inaugurada daqui há 60 dias. Com a ocupação, porém, não há mais previsão de prazo.
Fonte: Jornal O Povo



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